Pelo menos quatro nomes de ministros do STJ aparecem nas conversas de advogados envolvidos na operação Ultima Ratio
Em nota, a Corte afirmou na sexta-feira passada, 25, que as apurações podem resultar em novos procedimentos internos e os processos estão sendo complementados por dados compartilhados pela Polícia Federal e Corregedoria Nacional de Justiça. O STJ disse ainda que, “respeitando seu compromisso com a ética e a transparência”, vai divulgar as conclusões da apuração administrativa.
Em sessão da Terceira Turma do tribunal no último dia 8, a ministra Nancy Andrighi já havia anunciado a abertura de um procedimento disciplinar sobre a conduta de um servidor da Corte “Não posso dizer o que sente um juiz com 48 anos de magistratura quando se vê numa situação tão estranha como essa. O importante é que já foi localizada a pessoa, respondeu a uma sindicância e está aberto o PAD (procedimento administrativo disciplinar)”, declarou a ministra.
Tornozeleira
A informação sobre o novo PAD foi divulgada pelo STJ um dia depois da Operação Última Ratio, na quinta-feira passada, que resultou no afastamento de cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul sob suspeita de venda de decisões judiciais.
O relator do caso no STJ, Francisco Falcão, determinou a remessa da investigação para o Supremo Tribunal Federal (STF), em razão de gabinetes de quatro ministros do próprio STJ terem sido citados em conversas obtidas pela PF. O STF detém competência para investigar e processar integrantes dos outros tribunais superiores. O relator no Supremo é Cristiano Zanin.
As suspeitas surgiram a partir de dados armazenados no celular do advogado Roberto Zampieri, executado em Cuiabá, em dezembro de 2023. O conteúdo – cerca de cinco mil diálogos – levou até agora ao afastamento de oito magistrados dos Tribunais de Justiça de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul e inquieta agora o STJ.
Caberá ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestar sobre a manutenção do caso no Supremo, com base na análise de citações a ministros do STJ.
(Informações do Estadão)