Até pouco tempo atrás, a costureira Maria Rita Alves Lemes, de Ribeirão Preto (SP), considerava ter chegado à fase mais tranquila de sua vida. Mas, aos 67 anos, com três filhos e divorciada, o que ela menos imaginou foi ser diagnosticada com HIV na terceira idade.
“Não tive cuidado, porque não pensei na camisinha. Quem tinha talvez nem sabia que tinha”, conta.
O alerta de Maria Rita se traduz nos números da transmissão do vírus da Aids entre idosos. Os casos subiram 60,6% em São Paulo entre 2007 e 2015. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a incidência subiu de 3,3 para 5,3 casos para cada cem mil habitantes nesse período.
Uma estatística que encontra explicação num traço de comportamento comum entre os mais velhos que exaustivamente gera alerta entre as autoridades médicas: a falta do preservativo na relação sexual, de acordo com a coordenadora do Programa DST/Aids de Ribeirão Preto, Lis Neves.
“Observamos que os idosos estão saindo mais, aproveitando a vida um pouco mais, estão se divertindo mais. Isso associado aos estimulantes sexuais, e os idosos de um modo geral não têm o hábito da prevenção em relação ao HIV”, afirma.
Após a menopausa, de acordo com ela, a utilização de gel é importante e evita ferimentos que podem colocar o organismo em risco. Além disso, a coordenadora recomenda aos pacientes fazer o exame. “Sempre que for possível faça um teste de HIV ao menos uma vez na vida.”
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