O empresário Sérgio Marcolino Longen, presidente da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), foi o alvo da Operação Fantoche em Campo Grande. Ele é um dos investigados pela Polícia Federal no suposto esquema criminoso que rendeu R$ 400 milhões nos últimos 17 anos.
O Jacaré apurou que os dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos no gabinete do dirigente na Casa da Indústria, na Avenida Afonso Pena, e no antigo apartamento, localizado no edifício Manoel de Barros, na região do Shopping Campo Grande.
Longen é presidente da Fiems desde 2007 e vice-presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Já outros três presidentes das federações da indústria não tiveram a mesma sorte. A PF prendeu, nesta terça-feira (19), os presidentes em Pernambuco, Ricardo Essinguer, em Alagoas, José Carlos Lima de Andrade, e na Paraíba, Francisco de Assis Benevides Gadelha.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Andrade, com mandato até 2022, também foi preso em São Paulo por determinação da 4ª Vara da Justiça Federal em Recife (PE). Outras seis pessoas foram presas, inclusive o contador apontado como responsável pela criação das empresas de fachada para desviar o dinheiro.
A Fiems entrou na mira por causa da mostra Bonecos do Mundo, realizado pelo Sesi (Serviço Social da Indústria), entre 2010 e 2013. O evento reuniu artistas de vários países e promoveu apresentações monumentais no Parque das Nações, na Capital.
No total, a PF cumpriu 47 mandados de busca e apreensão em Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Paraíba, Distrito Federal, Alagoas e Mato Grosso do Sul.
De acordo com a delegada Heloísa Albuquerque Favere, entidades de estados sem grandes parques industriais destinavam grandes valores para a promoção de eventos. O investimento superava o montante destinado por São Paulo, que possui o maior parque industrial do País. Ela não informou os valores envolvidos em cada unidade da federação, mas disse que os contratos oscilavam entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões.
Os alvos da Operação Fantoche vão responder pelos crimes de peculato e organização criminosa. Como o processo tramita em sigilo, a PF não informou o total bloqueado. Os funcionários do Ministério do Turismo vão responder pelos crimes de fraude em licitações.
Empresa idôneas foram usadas no esquema, mas os desvios ocorreram por meio de organizações não governamentais sem fins lucrativos e de fachada. O dinheiro era sacado por um procurador e repassado em espécie aos envolvidos no suposto esquema.
O presidente da Fiems, Sérgio Longen, não se manifestou sobre a operação, mas divulgou nota para negar qualquer irregularidade.
“Em Mato Grosso do Sul, os serviços se deram por meio de processo de licitação, modalidade concorrência, e foram devidamente executados com as respectivas prestações de contas aprovadas pelos órgãos de controle”, informou.
Ele ainda disse que a federação está a disposição das autoridades para colaborar nas investigações.
A Secretaria do Tribunal de Contas da União em Mato Grosso do Sul participou da Operação Fantoche.
NOTA OFICIAL
A Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul – Fiems – recebeu, hoje pela manhã, equipes da Polícia Federal em busca de informações sobre projetos que foram executados de 2010 a 2013.
Em Mato Grosso do Sul, os serviços se deram por meio de processo de licitação, modalidade concorrência, e foram devidamente executados com as respectivas prestações de contas aprovadas pelos órgãos de controle.
O Sistema Fiems permanece à disposição das autoridades para qualquer tipo de esclarecimento.
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