Mais de 4,6 mil pessoas já assinaram o abaixo-assinado pedindo a anulação das provas do concurso do magistério, realizado no domingo por 14.370 professores em Mato Grosso do Sul.
É tanta gente reclamando de erros, suspeitas de fraude, amadorismo, questões copiadas da internet e questões mal formuladas, que só um sortudo para encontrar alguém para elogiar o certame.
Para fazer a seleção, a Secretaria Estadual de Administração e Desburocratização contratou a Funrio, fundação ligada à Universidade Federal do Rio de Janeira e criada há 18 anos. No entanto, muitos candidatos ficaram decepcionados e frustrados com o concurso.
O G1MS foi um dos primeiros a mostrar a mobilização dos candidatos em grupos de WhatsApp para levar o caso à polícia e pedir ajuda da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso do Sul).
Em um caso suspeitíssimo, uma das opções da resposta estava com as letras em tamanho destacado e maior – será a certa?
No caso de geografia regional, o candidato se viu obrigado a falar sobre o Rio de Janeiro, apesar do edital confirmar que a prova era aplicada em Mato Grosso do Sul.
O site Campo Grande News mostrou a prova de português, onde mostrava apenas um parágrafo, mas as questões faziam menções aos parágrafos 2, 3 e 4. Outro candidato queixou-se da tabela periódica, que estava apagada e invisível até para quem tinha lupa.
O nome do nosso País estava grafado em letra minúscula: “brasil”. As provas estavam desfiguradas e com dois tipos de fontes, indício de que a confecção da prova foi terceirizada pela Funrio.
As suspeitas aumentam no abaixo-assinado para anular a prova realizada no domingo passado. De acordo com os candidatos, celulares tocaram no horário da prova e houve quem chegou na sala depois do início da prova.
O mais grave, conforme a petição, alguns candidatos receberam os gabaritos preenchidos. Outro problema foi que o gabarito estava junto com a prova.
Os fiscais não informaram o horário para o candidato ter noção do tempo durante a realização da prova. Foram 80 questões em quatro horas, enquanto a mesma instituição aplicou de 40 a 60 perguntas para o mesmo tempo em outros concursos.
O Governo do Estado e a Funrio não se manifestaram até o momento sobre as denúncias envolvendo o concurso, que rendeu R$ 3,1 milhões aos cofres públicos.
O abaixo-assinado pode ser acessado aqui.
O grande número de reclamações exige que os órgãos fiscalizadores apurem as denúncias.
Em Aparecida do Taboado, o Gaeco descobriu que funcionários públicos estavam envolvidos em fraude em concurso público da prefeitura e a Justiça afastou secretários e até o procurador-geral do município. Eles teriam fraudado a contratação da empresa e acertado “cola” na prova.