O TEMPO A avaliação de sua velocidade depende de que lado você esteja: Fora ou atrás das grades da prisão. O desabafo do ex-deputado federal Edson Giroto (PR) numa entrevista revela os estragos causados pela sua prisão de pouco mais de um ano aqui na capital. Lamentou o destino, o preço pago alto demais, o sumiço da maioria dos ‘velhos amigos’, as questões familiares, a dura rotina carcerária, a alimentação precária, a sarna, o desconforto, as humilhações e questões de higiene da cela para 24 detentos. As marcas decorrentes desta experiência horrível são visíveis nas fotos recentes do ex-deputado.
A ENTREVISTA de Edson Giroto, publicada no Campo Grande News no último dia 28 precisa ser lida pelos políticos e pretendentes a cargos eletivos em 2020. Sem entrar no mérito do processo, a entrevista serve como um alerta para os riscos que hoje correm os gestores da coisa pública. Basta olhar quantos políticos de expressão – daqui e pelo Brasil afora – passaram ou ainda passam pela experiência desonrosa da prisão. Aos olhos céticos da opinião pública na cadeia todos são iguais. O estigma que fica é cruel, eterno. Enfim, se para nós em liberdade o tempo voa, na prisão é uma eternidade.
EM TEMPO: Esse é o perigo ao qual está exposto quem tem o poder, e o tributo que se paga na sua busca a qualquer preço. Os casos de prisões por corrupção e esse clima de suspense (insônia) lembra a lenda grega da espada de Dâmocles, um membro invejoso e adulador da corte do rei Dionísio que lhe ofereceu ser rei só por uma noite com direito a luxuria da corte. Aceitou; mas quando estava no ‘auge da orgia’ viu pendendo sobre sua cabeça uma espada afiada suspensa só por um fio de crina de cavalo. Apavorado fugiu! Aí – o rei lembrou-lhe: “essa espada também pende diariamente sobre a minha cabeça”.
O GOLPE A presença do deputado Jamilson Name (PDT) incomodando o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT), que há bom tempo reina absoluto no partido . Para incentivar a saída de Jamilson do PDT, Dagoberto divulgou uma declaração onde ele os integrantes do diretório estadual ‘autorizam’ a iniciativa comprometendo-se a preservar o mandato de Name na Assembleia Legislativa. Mas o suplente de Jamilson – Antonio Carlos Biffi (PDT) – nesta suposta saída, teria o direito de requerer o mandato de Jamilson (que pertence à agremiação). O caso deve parar na direção nacional do PDT e renderá novos capítulos. No primeiro, Jamilson não engoliu a ‘isca’.
CAMPEÃO Quem assistiu ao programa Roda Viva no último dia 27 na TV Cultura ficou impressionado com a performance do Ministro da Saúde Luiz H. Mandetta. Ao seu estilo tranquilo de fala pausada respondeu a todos os questionamentos dos jornalistas e outros convidados da produção do programa. Nada ficou sem resposta e pela expressão dos questionadores o ministro foi literalmente aprovado. Com isso Mandetta vai se fortalecendo no cenário político, como ocorre também com a ministra Tereza Cristina – da Agricultura. Enfim, estamos bem representados lá em cima.
ASSUSTADOR Como pagar salários com os aumentos reivindicados pelo nosso funcionalismo público? O pior: dos 75 mil servidores estaduais quase 20 mil podem se aposentar antes dos 65 anos. São os professores, bombeiros, policiais civis e militares. Isso aumentaria o déficit. Compare: No MS a média da aposentadoria pelo INSS é de R$ 2.246,06; na Previdência Estadual é R$7.207,49. Se a iniciativa privada está estagnada, não rende mais impostos ao Estado. Ora! Estado e União nada produzem: vivem dos impostos. Agiu certo o governo estadual que em 2017 unificou os 2 regimes previdenciários, quando alterou a alíquota de contribuição e reduziu assim o déficit..
PARTIDOS Cada qual com suas divisões e problemas. Muitos criados apenas para a missão de coadjuvantes. Mas todos eles participam do bolo do poder, de uma forma ou de outra – sempre com vantagens em cargos ou atividades no entorno poder – mesmo em instâncias diferentes. Quando um partido nanico está sendo implantando lá naquele município interiorano, não resta dúvida que está sendo plantada uma semente para germinar ‘dividendo$’ para esse ou aquele grupo. Ao contrário da escolha para dirigentes de Asilo e outras entidades caritativas, para diretórios partidários não faltam pretendentes. Massageia o ego e compensa o bolso – lá na frente.
MARATONA Pelo calendário eleitoral até 29 de junho todos os partidos terão que estar organizados sob pena de não poderem participar das eleições de 2020. No fundo, essa fase já é uma amostragem da potencialidade dos partidos e das lideranças que vão participar ou influenciar na escolha de seus candidatos e o caminho a seguir em termos de possível coligação. Quem tem o comando do diretório acaba naturalmente ditando as normas. Após esse prazo já teremos definido o painel para se fazer avaliações sobre a tendência nas urnas. Fora disso é pura bobagem.
A VOLTA Em termos de pluralidade de nomes e de grupos pode-se dizer que a grande novidade partidária foi o retorno do medico Ricardo Ayache ao comando do PSB. Ele que realiza excelente gestão na Caixa de Assistência dos Servidores do Estado, retorna com respaldo da direção nacional para fortalecer a sigla no Estado. Pés no chão e planilha nas mãos – Ayache está fazendo a leitura do quadro eleitoral, consciente de que primeiro precisa plantar as sementes para a primeira safra em 2020. O projeto maior ficaria para a sucessão estadual, ainda distante para nosso exercício da futurologia.
INJUSTIÇADOS Ao longo das eleições muitos candidatos foram prejudicados pelo sistema das coligações. No pleito de 1998, embora com menos votos acabaram eleitos deputado estadual: Antonio C. Arroyo (PL), Pastor Reginaldo (MDB), Luiz T. de Melo (PDT), Ary Rigo (PDT), José Monteiro (PDT), Sandro Fabi (PPS), Geraldo Resende (PPS), Loester N Oliveira (PDT). Com mais votos que eles, ficaram de fora Sergio Assis, Valdenir Machado, Moyses Nery, Evandro, Dr. Domingos Albaneze, Valter Pereira, Miguel Tabox, dr. Hosne e Vanderley Cabeludo.
TAMBÉM para a Câmara Federal nem todos os mais votados foram eleitos. São os casos de Antonio Cruz (PST) 34.870 votos; Oscar Goldoni (PPB) 31.645 votos; Elísio Curvo (MDB) 30.071 votos; Marcelo Miranda (PL) 24.215 votos; Marco Aurélio (PR) 23.939 votos; Levy Dias (PMN) 23.350 votos; Celso Martins (MDB) 20.393 votos; George Takimoto (PPB) 19.867 votos. Na outra ponta o sistema elegeu com menos votos os candidatos Nelson Trad (PTB) com 28.976 votos e João Grandão (PT) com apenas 19.169 votos – total inferior a votação dos 8 candidatos que ficaram de fora da lista dos 8 eleitos.
MARÇAL FILHO Político experiente, sem mágoas, aprendeu a ganhar e perder eleições. Sobre isso ele contava-me nesta semana no saguão da Assembleia Legislativa sua frustração nas eleições de 1994 para a Câmara Federal. Mesmo obtendo 28.965 votos – nada menos que 4.510 votos a mais que os 24.455 votos do candidato Flávio Derzi (PPR), acabou barrado pela força da coligação partidária. Aliás, fui conferir e verifiquei que também o candidato Valter Pereira (MDB) com seus 24.710 votos, tinha superado o concorrente eleito. Coisas de outros tempos.
SANTA INOCÊNCIA Lendo as notícias sobre esse escândalo em Três Lagoas onde havia muita ‘bufunfa’ amoitada fiquei imaginando a situação – no mínimo estranha, desconfortável e desgastante da ex-prefeita Márcia Moura, uma das investigadas na “Operação Atalho” da Polícia Federal. Afinal, presume-se que quem comanda uma administração da proporção daquela cidade que não é tão grande, tenha a leitura mais detalhada da maquina pública. Daí fico matutando; o fato de um gestor ser portador de diploma de nível superior nem sempre garante boa capacidade gerencial. Desgaste para a ex-prefeita e seu grupo político, responsável pela sua eleição. E não adianta chorar.
COMPLICADO O Brasil tem 66% de sua área preservada, mas o mundo inteiro ( já desmatado) continua criticando nossa política de preservação ambiental. De um lado os ambientalistas ( urbanos) e de outro os ruralistas com seus argumentos interessantes integram um cenário de discussão. Um amigo questionava: “será que o americano, o frances ou um alemão permitiria que ONGs e entidades do exterior metessem o bedelho nas questões internas deles?” O Brasil virou casa de ‘Mãe Joana’. Todo mundo dando palpite.
DOURADENSES! Quem olha de longe às vezes enxerga melhor – sem paixões! A população deve sentir vômito quando se trata de assuntos relacionados aos escândalos do poder legislativo. Uma cidade com várias universidades não consegue aprender os princípios básicos para a escolha de seus vereadores? Por onde andariam os cidadãos probos, que amam verdadeiramente aquela cidade? Teriam se acomodados ou que é pior desmotivados diante da sucessão de absurdos? O que fazem as entidades que deveriam zelar pelos valores morais da sociedade local? Estariam surdas, cegas? De leve…
RÁPIDAS
Deputado Gérson Claro (PP): Falou na tribuna dos números dos acidentes de trânsito no MS; participou da sessão da CCJR, recebeu lideranças classistas, visitou Amambai e Ponta Porã e tem agenda para Sonora, Coxim e Pedro Gomes. Motivadíssimo.
Deputado Marçal Filho: requer suplementação da campanha de vacinação; visitou o TJMS, participou da sessão da CCJR e pediu ao Detran a notificação ao motorista 30 dias antes do vencimento da CNH para evitar multas. Pés no chão.
Deputado Antônio Vaz (Republicanos): Presidente da Comissão de Saúde mediou o relatório da Secretaria de Saúde; defende atenção aos renais crônicos e portadores de outras doenças; recepcionou os produtos de leite em visita. Sempre cortes.
Deputado Capitão Contar (PSL): Elogiou na tribuna as manifestações cívicas na capital; recebeu representantes dos surdos e mudos; apoiou incorporação do abono a mais de 40 categorias e defendeu o benefício ao servidores do Judiciário. Consciente.
Deputado Márcio Fernandes (MDB): Comemora o atendimento de seu pedido pelo Governo beneficiando proprietários de veículos híbridos e elétricos; pede isenção de taxas/emolumentos nos projetos voltados a política agrária. Vive o mandato.
Deputado Londres Machado (PSD): Atua como moderador em alguns conflitos, ouve aconselha ao seu estilo discreto. Seu gabinete é destino de peregrinação constante de vereadores, lideranças e prefeitos do interior. Sempre agradável com o público.
Deputado Neno Razuk (PTB): Pediu asfaltamento e melhorias de ruas de Amambai e Caarapó, além de solicitar a disponibilidade de cadeiras de rodas aos necessitados. Visitou secretarias e repartições estaduais e expediu ofícios administrativos. Simples.
Deputado Herculano Borges (Solidariedade): Atento as atribuições na mesa diretora, foca as ações nas questões da proteção de menores, carentes e doentes. Pelo gabinete transitam pessoas da periferia, líderes de classes e desportistas. Amigão.
Deputado Barbosinha (DEM): Atendida sua indicação para reforma do ginásio de esportes de Dourados; participou da sessão da CCJR; viabilizou sinalização viária de Eldorado; debateu aspectos do abono salarial aos funcionários. Vibrante.
Evander Vendramini (PP): Recepcionou produtores de leite; insiste na revogação de leis de vigência temporária; manifestou apoio a reeleição do prefeito Marcelo iunes (PSDB) de Corumbá; recebeu visita de vereadores da ‘Cidade Branca’. Zeloso na função.
Deputado Lídio Lopes (PATRI): Participou da sessão da CCJR; visitou 5 secretarias estaduais e pessoalmente fez o encaminhamento de reivindicações de prefeitos do Cone Sul, além de participar ativamente de todas sessões semanais. Tranquilo.
Deputado João H. Catan (PR): Presente as sessões da CCJR; dedicou-se para uma solução justa no caso do abono do funcionalismo; tem mantido contato com líderes do Bolsão e da capital; pretende motivar a militância política nos jovens. Atento!
Jamilson Name (PDT): Propõe proibição do uso do borato de sódio na fabricação de massas (geleias/smiles) usadas por crianças; acompanhou eleitores junto a secretarias estaduais, encaminhou ofícios e recebeu lideranças esportivas da capital. Atencioso.
Deputado Lucas de Lima (Solidariedade): Um dos 6 deputados que votaram pela incorporação do abono ao salário dos funcionários; recebeu em audiência lideres do funcionalismo e tem na agenda visita a vários bairros da capital. Muito receptivo.
A depressão do PIB se explica: e a inveja da propina que movimenta mais riqueza do que o trabalho. (Fraga)