Uma família da Vila São Paulo, em Coxim, denunciou o policial militar por surrar um adolescente de 13 anos, na noite de quinta-feira (24).
A denúncia às polícias Militar e Civil foram feitas pela tia da vítima, Patrícia Neri da Silva de 40 anos.
Segundo a tia, o cabo Fabiano Timóteo agrediu o menino com socos, deixando várias lesões pelo corpo franzino. Todos os envolvidos moram no mesmo bairro e quem conhece o adolescente está revoltado com a situação.
O rosto da vítima, principalmente na região dos olhos, ficou marcado por hematomas devido aos socos. Entretanto, foram as agressões nas costas, que colocam a vida do menino em risco.
Ele nasceu com um dos rins paralisados e as pancadas nessa região causaram hemorragia, sendo que a vítima precisou ser transferida no sistema vaga zero, na noite deste sábado (25), para Campo Grande.
De acordo com o Hospital Regional Álvaro Fontoura, no momento em que foi transferido o adolescente já estava urinando sangue. No início da tarde deste domingo (26) a informação da família é que ele vai ter de passar por uma cirurgia para conter a hemorragia.
“O rim bom também foi prejudicado”, relatou à tia. A mãe do adolescente Virgínia Neri, de 37 anos, acompanha o filho. Sob forte emoção, ela não tem conseguido falar sobre o caso, apenas pede que todos se unam em oração pela vida do seu filho. “Independente da religião de cada um, orem pelo meu filho”, pediu chorando.
À nossa redação já chegaram duas versões para o ocorrido. Uma delas que a vítima brincava com outras crianças na rua e uma teria jogado pedra no portão da mãe do cabo, que mora ao lado. Já o cabo, teria dito, que o menino pulou o muro da sua residência.
Patrícia conta que estava sentada no quintal de casa, por volta das 20 horas e viu uma pessoa correndo, logo em seguida gritos. “Fui em direção aos gritos e presenciei meu sobrinho sendo surrado. A cena não sai da minha cabeça, ele pedia para o agressor parar e avisava que só tinha um rim”, relembrou.
Ainda de acordo com a tia, depois de ser flagrado, o policial parou de bater. Foi quando seu sobrinho deitou na calçada e começou a vomitar. “Foi um desespero”, definiu a tia, que ligou para a mãe da vítima, que também mora no bairro, e juntas providenciaram o socorro.
Vizinhos contam que não é o primeiro problema que o policial tem na Vila São Paulo, que em outras oportunidades situações foram relevadas, porém, os próprios moradores classificam que desta vez passou dos limites.
O Edição MS continua trabalhando no caso.
Entramos em contato com o cabo acusado, oportunizando que ele dê a sua versão, e aguardamos a mesma. Na manhã desta segunda-feira (28) nossa reportagem vai ouvir o comando do 5º BPM (Batalhão da Polícia Militar).
Informações extraoficiais dão conta de que o major Luiz Cesar de Souza Herculano determinou a abertura de procedimento para apurar o caso.
Edição MS