NAS URNAS: Quem ganhará? Quem perderá com essa pandemia principalmente nas cidades maiores do MS? O tema não pode ser a base principal do discurso do candidato que precisa exibir biografia exemplar, luz própria e projeto de gestão que vá além de frases de efeito dos marqueteiros. Se eleição não é Olimpíada (vale só competir! ) e nem piquenique , o candidato há que estar preparado. Aliás, as postagens nas redes sociais antecipam: tem candidato na capital, por exemplo, que sairá menor do que na entrada.
BIOGRAFIA: Não vale sem conteúdo relevante, só de referencias evasivas que não convençam. O eleitor há de fazer a comparação entre os atributos do candidato com os desafios que o esperam à frente desta ou daquela prefeitura. É bem assim: quanto menor a comunidade, maior é o nível de conhecimento biográfico do candidato. Qualidades e defeitos afloram, debatidos até em salões de beleza. Já em cidades maiores o candidato passa por sabatinas, inclusive nas entidades de vários segmentos da comunidade.
PROJETO: Está ligado ao compromisso, comprometimento, caminhando próximo a lógica e ainda respaldado às vezes na ciência. Projeto não acena com milagres ou dádivas que agradam o eleitorado carente ou ‘interesseiro’. Já no projeto, o resultado de dois mais dois sempre será quatro. A promessa por sua vez, é muito mais genérica, superficial, mística e acima de tudo generosa no aceno de benefícios. Nela, praticamente não há limites. Tudo é possível e para todos. Basta crer ou sonhar.
1-DA ASSEMBLEIA: Deputado Antônio Vaz (Republicanos), Presidente da Comissão Estadual da Saúde: atento as ações anti-coronavírus, destinou R$900 mil a unidades básicas de saúde e hospitais de 18 cidades. Deputado Marçal Filho (PSDB): Voltou a cobrar do avanço da dengue e enalteceu a decisão da Justiça Federal do Distrito Federal que autorizou o uso do Fundo Partidário no combate ao coronavírus. Deputado José C. Barbosa (DEM): Votou pela destinação de emendas junto ao Fundo Estadual da Saúde; enalteceu o resgate dos direitos do Oficial Músico da Polícia Militar e cobrou ‘Plano B’ em Dourados no combate ao coronavírus.
2-DA ASSEMBLEIA: Deputado Neno Razuk (PTB) Pediu a sanitarização dos locais fechados de acesso coletivo ou privados, climatizados ou não, contra o coronavírus. Votou a favor do projeto destinando emendas parlamentares para o Fundo Estadual de Saúde. Deputado Lídio Lopes (Patriotas) presidiu a primeira reunião ‘on-line’ da Comissão de Justiça, distribuindo 21 projetos e enviando 11 deles ao plenário. Votou pela destinação de emendas parlamentares para reforçar o Fundo Estadual de Saúde. Deputado Contar (PSL) Pediu transparência nas ações oficiais contra o coronavírus; denunciou a questão da higienização dos postos de saúde; relator da CPI da Energisa justifica a pausa dos trabalhos para evitar riscos de transmissão do coronavírus.
3-DA ASSEMBLEIA: Deputado Gerson Claro (PP): Desenvolto nas ações do Governo. Nesta semana fez a interlocução para aprovação do projeto que reforça o Fundo Estadual de Saúde com ajuda das emendas parlamentares. Deputado Evander Vendramini (PP): Pediu 20 respiradores mecânicos para Corumbá: Destinou R$845 mil contra o coronavírus; Requereu benefícios ao pessoal da saúde; relatou projeto reorganizando o quadro dos músicos da PM; pediu a ANEEL a suspensão da bandeira tarifária. Deputado Lucas de Lima (Solidariedade): Atento as ações do Governo para amenizar os efeitos fiscais junto ao contribuinte devido ao coronavírus; votou pela inclusão do dinheiro das emendas parlamentares ao Fundo Estadual de Saúde.
SAGA: Palavra certa para definir a vida de Manoel da Costa Lima, cujo nome batiza uma avenida na capital – por onde a maioria que nela transita ou não – desconhece seus feitos fantásticos próximos aos contos de ficção que motivaram essa homenagem. Usei inclusive os dados do texto de Lígia Carriço de Oliveira Lima, sua filha formada em História/Geografia no Rio de Janeiro em 1945 e que lecionou na antiga Fucmat; falecida em 2008 antes do lançamento da biográfica em 2011 no Museu de Arte Contemporânea. Coube a sua filha Eliane C. de Oliveira Lima lapidar o trabalho que sua mãe deixara.
INQUIETUDE: a marca registrada de Manoel Costa Lima em seus 88 anos de vida. Nascido em ‘Baus’ (1866) pertencente na época a Paranaíba. Sua mãe (poetisa) da Família Leal e seu pai paulista construtor de estradas, descendente do governador de Mato Grosso José da Costa Lima. Ainda moço veio para a região do Córrego Botas; dedicou-se a formação de fazendas e após contrair núpcias passou a residir na região do Anhanduizinho e Lontra. Na época a ligação comercial era só com Minas Gerais, para onde os fazendeiros levavam gado para vender. Reclamavam; a demora de 4 a 6 meses na viagem emagrecia o gado e diminuía os lucros. O desejo era vender em São Paulo.
ANO DE 1900: Incentivado por amigos ele vai à Cuiabá pedir dinheiro para construir uma estrada rumo ao Estado de São Paulo. Mas do governador Antônio Pedro Alves de Barros ganha apenas autorização para construir a estrada às suas expensas. Decidido, ele vende a própria fazenda, junta os recursos, contrata o pessoal e inicia a obra na base da machado e foice numa extensão de 325 kms até o rio Paraná (que ainda não conhecia). Em 1904 já tinha pronto o memorial descritivo apresentado ao Governo. Mas a largura ( 2.500 metros) do rio o surpreende e percebe que seu projeto de transporte e navegação ganhara outra dimensão, muito maior que o concebido inicialmente.
NOVO DESAFIO: Manoel vai à Concepcion, Paraguai, vende 200 reses e compra um barco a vapor que batizou de ‘Carmelita’ e mais 7 carretões. Pelo rio Paraguai entra no rio Miranda e alcança o rio Aquidauana. Antes da cidade retira o vapor, desmonta-o colocando-o em partes nos carroções puxados por 200 bois em sistema de rodízio rumo a Campo Grande subindo pela Serra de Maracaju. A viagem durou 60 dias. Após 3 dias de descanso em Campo Grande a viagem continuou por 15 dias até o pontal do Lontra com o Anhanduizinho. Lá constrói uma oficina, o barco é montado e navega até chegar às águas do Anhanduí e depois o Pardo e o Paraná (Porto XV). A primeira travessia do rio Paraná ligando Mato Grosso ocorreu em 8 de outubro de 1906. Uma data histórica.
O VISIONÁRIO: Ele não para aí. Construiu balsas currais, embarcadouros e trouxe duas ‘chatas’ incrementando o comercio dos dois lados do rio Paraná. Convidou os paulistas para ocuparem as terras da região onde surgiram cidades cuja fundação ele incentivou ou participou. Um dos exemplos é Santa Rita do Pardo onde ele chegou a instalar uma central telefônica em 1916 para atender 36 fazendas. Sua ousadia foi o marco de uma nova era nas relações comerciais e sociais do Mato Grosso, cujo Governo acabou por indeniza-lo pela estrada através da titularização das terras que ele ocupava.
LEGADO: Para o ex-governador Fernando Correia da Costa a trajetória de Manoel da Costa Lima é digno dos feitos daqueles heróis da mitologia grega. Para o poeta Manoel de Barros os feitos dele são comparáveis a de outros personagens como o Marechal Rondon. Em 1970 as atuais BR 267 e 163 – nos trechos Porto XV-Rio Brilhante-Campo Grande foram batizadas com seu nome pelo reconhecimento de sua obra. Nosso herói não é do rol dos artificiais. É fruto de personalidade rara. Basta viajar no nosso imaginário para aferir a garra sem esmorecer diante de tantos obstáculos. Um herói sem retoques, cuja vida merece ser contada e reverenciada. Espero ter – resumidamente – proporcionado boas informações desse personagem histórico. Amei sua trajetória.
COMPORTAMENTO: O fator informação influencia na postura/opinião das pessoas. Mas ainda há resistências. É a leitura da amostra na capital (03/07/Abril) da ‘Ranking Pesquisas’ com 1.200 entrevistados sobre aspectos diversos do coronavírus. O leitor pode assim aferir em qual grupo comportamental se enquadra e deduzir até onde vai sua participação neste episódio inédito que não diferencia famosos e anônimos. Vamos lá…
PRIMEIRO: 75,25% tem muito medo de pegar e só 3% não tem. 74,16% lava as mãos/nariz/rosto – mas só 16,08 tira a roupa ao chegar em casa. 66,25% evita sair, 35% evita abraço/aperto de mão/beijar. 64,41 usa gel; só 29% usa máscara e apenas 28% areja a casa com janelas abertas. Interessante: só 23% toma vários banhos ao dia e quem higieniza objetos pessoais soma 13%. Outro problema: 26% foca a boa alimentação e os exercícios físicos. Cruel: 22,41 deixou de trabalhar e aqueles que deixaram de ir a festa totalizam 31,41%. Chega a 41,08% quem vê o isolamento como essencial e inevitável .
SEGUNDO: Para 65,50% o impacto na economia será grande; para 67,33% o maior medo é o desemprego e para só 31% é o coronavírus. Quanto as escolas, 68% apoia o fechamento e 29% é contra. Toque de recolher: 66% é a favor. A postura do prefeito Marcos Trad (PSD) é correta para 30,25%; transparente 25,33% e acertou na maioria das ações para 27,50%. Na avaliação geral o prefeito tem 52,50% de bom/ótimo; 25,41 % regular e 16 % de ruim/péssimo. Presidente Bolsonaro: bom 30,25%; 28% regular; ruim/péssimo 35%.
FRASES: Algumas da internet: “Ao final teremos muito mais falidos que gente morta. Foi mais fácil cancelar as aulas do que o carnaval. Isso mostra o que é importante no país. Enquanto os mortos não forem seus mortos – você não entenderá a gravidade da situação atual. Se o povo está nervoso pela falta do álcool gel, imagine quando faltar cerveja. Se os cabeleireiros não reabrirem 90% das loiras desaparecerão. Não vejo a hora de ir para o regime semiaberto. Quando isso acabar vou ter que mandar minhas mãos para os alcoólicos anônimos. Se não ainda não sabe ressuscitar fique em casa!”
ALBERT EINSTEIN: “É na crise que nascem os inventos, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ser superado. Sem crises não há méritos. É na crise que aflora o melhor de cada um, porque todo vento é uma carícia. Falar da crise é promovê-la e calar-se na crise é exaltar o conformismo. Em vez disto, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.”