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CHURRASCARIA

Ampla Visão: Manual do sucesso para os novos prefeitos

BUROCRACIA: Os novos prefeitos, ansiosos em dar soluções aos mais diferentes desafios não podem esquecer deste velho fantasma. Esse conjunto de regras que deveria nortear e facilitar a conduta dos gestores mais atrapalha do que ajuda. Max Weber o sociólogo alemão não imaginou que a inovação que defendeu traria tantos problemas.

ALERTA: Os administradores devem estar atentos à nova Lei de Licitações aprovada agora pelo Senado. Leis novas sempre apresentam controvérsias na sua aplicação e que podem atrair ações dos Tribunais de Contas e do Ministério Público Estadual/Federal). A construção de determinadas obras deverá merecer os devidos cuidados.

AVISO: A nova Lei de Licitações desburocratizará a construção civil com licitações digitais, seguro da obra e punições nas fraudes (prisão de 4 a 8 anos) e de 4 a 12 anos no caso de superfaturamento. A tentação: Até o valor de Cr$100 mil a prefeitura estará dispensada de licitação. Detalhe: proibida a aquisição de itens de luxo nas licitações.

ÔLHO VIVO: A assessoria técnica é a bala de prata de qualquer gestão municipalista. Mata todos os ‘fantasmas’, evitando assim problemas junto aos órgãos fiscalizadores e eventuais desgastes políticos. Os novos prefeitos devem estar despidos de sentimentos de vingança ou coisa que o valha. Afinal, o mandato é transitório e o poder é efêmero.

MUDANÇAS: Lá atrás, nos velhos tempos, mudança de prefeito interiorano era uma ‘operação de guerra’. Já antes da posse a lista do demitidos era pública. Adversários ficavam sem emprego; o cargo não tinha amparo nas leis da época. Mas tudo mudou e as leis protegem a maioria dos cargos exercidos por concurso. Foi um alívio, é claro.

MILAGRES? Só andaram em alta na ‘Santa Sé’ ao contrário das cidades sem grandes recursos! Não se transforma ‘terra arrasada’ em um paraíso num estalar de dedos. Os novos gestores podem ter boa vontade, mas os efeitos positivos de suas ações só aparecerão após o primeiro ano. Antes disso ficam apenas nas ‘ações de perfumaria’.

FUNDAMENTAL é descobrir rapidamente o caminho de Brasília tendo como guias ou padrinhos os parlamentares federais. Bons projetos resultam em conquistas para a cidade. O Governo Federal tem municipalizado suas ações como temos visto nos últimos anos. Mas o prefeito não pode se acomodar esperando as coisas caírem do céu.

COMUNICAÇÃO: Antes esse item era considerado fator irrelevante na administração municipal. Hoje a interlocução entre o prefeito e a comunidade é imprescindível e influencia na avaliação do trabalho do gestor. Com o advento da internet as realizações prefeituras são acompanhadas em tempo real até pelo simples celular. Portanto…

NO ARREMATE do assunto um alô aos prefeitos em final de mandato. Levarão pra casa as preocupações e questões junto à Justiça, TCE, TCU e demais órgãos ligados à administração. Ficarão as ‘dores de cabeça’! Existe hoje a Associação dos Ex-prefeitos de MS para cuidar destas ‘heranças’. É a ressaca do poder que pode varar anos e anos.

COVID: A vacina desperta esperança e ceticismo. A rapidez de sua criação, os riscos de efeitos colaterais e as mutações do vírus questionam a duração da sua eficácia. Além do financeiro há o fator político. Essa postura do governador João Dória (PSDB) e seus outdoors espalhados por aí mostram o seu ‘projeto de poder’ aproveitando a ocasião.

INGÊNUOS: Não existem nestas situações. Os laboratórios de olho no lucro. O papel da China é suspeito. A rejeição da vacina ainda existe; na França é de 40%; na Rússia 53%. Aqui o apelo pela vacina emparedou Bolsonaro através da grande mídia com os adversários de olho em 2022. Nosso desejo é que a vacina venha rápido e seja eficiente.

COINCIDÊNCIA? Na pesquisa ‘Poder Data’ caiu a confiança na imprensa: 50% ‘mais ou menos’. A maioria de quem confia nela critica Bolsonaro. A maior desaprovação é no Norte seguida do Sul e Centroeste. Os seguidores de Bolsonaro são maioria entre os que desconfiam dela. Desde outubro a desconfiança cresceu 10 pontos.

INTOCÁVEIS? Primeiro os promotores de justiça paulistas, seguidos do STJ e do STF querendo furar a fila pedindo 7 mil doses da vacina contra o Covid. Esse pessoal se julga superior e mais imprescindível que os profissionais da saúde e do resto da nação. Péssimo exemplo de quem prega ética, justiça e respeito. Intocáveis não, egoístas sim!

ESPAÇO para agradecer a iniciativa do colega Rui Spínola Barbosa – diretor do semanário ‘Raio X’ da capital em incluir o colunista no rol dos personagens que se destacaram em 2020 neste segmento. Iniciativas como essa sensibilizam e incentivam na caminhada de 20 anos ininterruptos assinando a coluna. Um beijo no coração do Rui.

‘RACHADINHAS’: Pratica antiga. Parlamentares ficam com parte do salário dos funcionários que nomearam. Mas há também ‘rachadinhas’ das vantagen$ do cargo de presidente de Câmara Municipal: combina-se rachar entre certos os colegas da mesa a verba de representação e as sobras. Como o pacto é sujo, nem sempre é honrado.

DESABAFO: No alto de seus 90 anos de idade e exercendo a medicina na Santa Casa de General Salgado (SP), onde é diretor, meu amigo dr. Kleber S. Sales postou no face book: “A Argentina aprovou Lei que pode assassinar fetos de até 14 semanas. Terra do Papa! Monstros! É por isso que a Argentina vive na merda! Que 2021 seja pior para eles; um terremoto no centro da CASA ROSADA”.

THE END: Era referência cultural das cidades. Após enfrentar o videocassete, DVD e estreaming, o cinema interiorano sucumbiu de vez com o Covid-19. Espaços que antes embalavam beijinhos e sonhos dos namorados – deram lugar as igrejas e supermercados. Sem cinema, as cidades perderam sua fabrica de fantasias. Ficaram frias, sem alma!

QUARENTENA: Nela, as pesquisas no Google estão revelando nossas carências e o que somos hoje. Nesta lista: álcool gel; contaminação, cloroquina, OMS, mascaras, meditação contra insônia, chás, dores de cabeça e nas costas, mercado livre, livros de sucesso, Netflix, jardins, hortas, delivery de comidas saudáveis. Coincidência apenas?

PREVISÕES: A literatura mostra que tentar ‘adivinhar’ o futuro é parte da história, de governantes, de comuns e ilustres. Os ciganos ainda exercem certo fascínio lendo as mãos através de gerações Misticismo e crenças à parte, essa preocupação com o futuro é saudável, mas sem esquecer o dia presente que deve ser vivido em toda sua plenitude.

GUILHERME FILHO: Mais uma vítima do Covid-19. Grande jornalista, conhecia como poucos os bastidores do poder mesmo antes da criação do MS. Foi embora sem escrever suas memórias. Começou lá atrás no Diário da Serra, passou por vários órgãos de imprensa e estava na CBN. Estamos amarrotados com sua perda. Vai com Deus!

MARIO QUINTANA: “O mais feroz dos animais domésticos é o relógio de parede: conheço um que já devorou três gerações da minha família.

PONTO FINAL: “É preciso ter esperança do verbo esperançar; porque tem gente que tem esperança do verbo esperar. Esperançar é se levantar, é ir atrás; esperançar é construir. Esperar é não desistir. Esperançar é levar adiante, é juntar-se com outros para fazer de outro modo.” ( Paulo Freire)