Acima das expectativas”, avalia o prefeito de Chapadão do Sul, João Carlos Krug, sobre o lockdown iniciado zero horas desta sexta-feira, o que ele considera um choque de realidade necessário diante da curva crescente de mortes nos últimos 10 dias no município.
Segundo ele, a população nem deu trabalho. Todo o comércio fechou, sem a necessidade de autuações por desrespeito ao decreto que libera de portas abertas só farmácias e postos de combustíveis, em vigor até meia noite da próxima segunda-feira.
Liberados apenas para delivery, dois supermercados também decidiram não abrir hoje. Outros cinco seguem funcionando em esquema especial de entregas, para garantir o abastecimento da população.
O setor tentou na Justiça derrubar o lockdown, conseguiu decisão favorável, mas no fim da tarde de ontem a Prefeitura de Chapadão do Sul reverteu em partes a situação e os supermercados foram liberados apenas para delivery, mas com comércio de bebidas proibido. “Isso é democracia, atender um pouco cada parte envolvida”, avalia o prefeito.
A pandemia gerou mais uma situação inusitada. Hoje é 7 de Setembro em Chapadão do Sul e na segunda-feira será 11 de Outubro, duas datas comemorativas – Independência e aniversário do Estado, antecipadas para minimizar os efeitos do fechamento no comércio. “Sabemos que não são feriados municipais, mas seguimos exemplo de outras cidades que anteciparam feriados nacionais e estaduais e não houve problema jurídico”, comenta Krug.
O prefeito é otimista, acha que não precisará prorrogar o decreto de lockdown a partir de terça-feira. “Vai surtir efeito pela tomada de consciência. Antes era muita autoconfiança das pessoas de que tudo havia passado”, diz.
Internações – Hoje em Chapadão, 3 pessoas estão intubadas e outras 2 recebem tratamento em UTIs, totalizando as 5 vagas disponíveis no município. Outros 4 pacientes precisaram ser transferidos e estão intubados fora da cidade.
Para colaborar no controle da doença, o Estado enviou 1.000 doses de vacina a Chapadão. Só ontem, 900 já foram aplicadas e outras 100 doses foram reservadas para aplicação na zona rural nesta sexta-feira.
A campanha de imunização na cidade está na faixa etária de 30 anos, mas avançada que na Capital, por exemplo, onde parou em 33.
“Houve momento que as pessoas queriam escolher vacina, falamos que ia para fim da fila e hoje, felizmente, não tem mais”, lembra o prefeito.
Por Ângela Kempfer, Campo Grande News