ESPERANÇA ou incerteza? Com tantas notícias ruins no cenário, inclusive de que a economia o país deva crescer apenas 0,36 neste ano, a primeira opção está descartada. E mais: 2022 será ano eleitoral e Lula fala em anular a reforma trabalhista preocupando os empresários. Os projetos da iniciativa privada poderão ser freados – adiados ‘sine die’.
PERDIDO? Os economistas dizem que 2022 será como se não existisse no contexto. (Mais um?) Olhando o calendário eleitoral e as regras da propaganda partidária (extinta em 2017), percebe-se a prioridade da atividade política com resultados duvidosos em benefícios da população. Vem aí as mesmas caras (envelhecidas) e aqueles discursos maquiados.
O CARDÁPIO: Se Fernando Collor pregou a caça aos marajás; se Bolsonaro hasteou a a bandeira contra a corrupção, Lula fala da pobreza. Portanto, percebe-se que no cardápio destas eleições a ética e o combate a desonestidade perderão espaço para o discurso contra a fome e a miséria. Pelo visto a demagogia vai sobreviver.
COBIÇADO: O União Brasil (81 deputados) terá R$604 milhões do PSL e R$341,7 milhões do DEM e bom espaço do horário eleitoral. Quer eleger governadores e grande bancada federal. Não é por acaso que a deputada Rose Modesto decidiu pelo ingresso no partido para tentar a governadoria. No mínimo ela pode decidir o 2º turno da eleição.
ROSE: Às vésperas de completar 44 anos de idade a deputada enfrentará seu maior desafio na vitoriosa vida pública. Será protagonista do partido e não coadjuvante como até aqui. Presume-se amadurecida para enfrentar os embates e que tenha sobretudo um bom projeto de administração. Como se diz, beleza ajuda muito, mas não decide eleição.
A INVENÇÃO: Nestas eleições sai a coligação, entra a federação partidária. A primeira findava com o pleito, era local, transitória. A outra é nacional, com estatuto e programa, dura no mínimo por 4 anos. Os partidos que descumprirem o combinado poderão em tese sofrer penalidades cuja aplicação é duvidosa. Vamos esperar como será mais essa pérola eleitoral.
HISTÓRIA-1: Em 08/06/1967 os deputados Estácio Souto Maior, pai do piloto Nelson Piquet, e Nelson Carneiro, trocaram tiros na Câmara dos Deputados. Souto deu um tapa em Nelson que revidou depois na agência do Banco do Brasil no salão inferior da Câmara. Com um revolver 38 Nelson baleou Souto – que revidou desferindo 5 tiros que não acertaram o colega oponente.
HISTÓRIA-2: Em 1929, na Câmara, o deputado gaúcho Ildefonso Lopes recebeu uma bengalada ao cruzar com seu colega Manoel S. Filho (Pernambuco) e revidou sacando de seu revolver atirando duas vezes, matando-o no local. No julgamento alegou que estava defendendo seu filho ameaçado de morte pelo seu desafeto e assim foi absolvido.
HISTÓRIA-3: Estácio Souto Maior era médico, deputado federal eleito por Pernambuco em 1954 e reeleito 3 vezes. Foi ministro da Saúde no Governo João Goulart mesmo após votado contra o parlamentarismo no plebiscito após a renúncia de Jânio Quadros. Depois filiou-se a Arena e foi cassado em 1969 com base no AI-5. Faleceu em 1974.
HISTÓRIA-4: Complementando a nota da edição anterior sobre a morte do senador José Kairala pelo seu colega de Arnon de Mello em 1963, conta-nos o ex-deputado Luiz Tenório de Mello que o senador Rachid S. Derzi confessou-lhe ter tentado sem êxito desarmar Arnon – que ainda assim acabou disparando o seu revolver Schimdt 38.
CURRÍCULO DE RACHID: prefeito nomeado de Ponta Porã, 1942/1945; vereador, 1947-1950; prefeito, 1951-1954; deputado federal, 1955-1959, 1959-1963,1963-1967-1967-1971; senador 1971-1978; 1979-1987; 1987-1995. Encerrou a carreira em 1994 na derrota para Wilson B. Martins. Faleceu em 10/02/2.000. Era cunhado dos senadores Italívio Coelho e Lúdio Coelho e pai do deputado Flavio Derzi.
‘RACHIDÃO’: Quando cheguei ao Mato Grosso em 1974 ele estreava no Senado. A ‘folhinha calendário’ com sua foto ornamentava as salas das casas. Pelas distâncias e dificuldades, eram os vereadores e prefeitos que defendiam sua bandeira e com quem ele tinha contato em ocasiões especiais e nas eleições. Estilo bonachão, simples, agradável.
HISTÓRIA-5: Laucídio Coelho, mineiro além de seu tempo, empreendedor, visionário; pai de 12 filhos, proprietário de 1 milhão de hectares de terras, (o maior fazendeiro do mundo segundo o Guinness Book em 1977) fundou a Acrissul (1931), o Banco Financial e o Frima (1947) (primeiro frigorifico do Estado), foi o primeiro presidente da Câmara de Vereadores de Rio Brilhante.
HISTÓRIA-6: Após a Guerra do Paraguai, Thomaz Laranjeira passou a ocupar as terras devolutas da região em 1880 (por decreto imperial) explorando o cultivo da erva mate em 2 milhões de hectares (Sul de MS e Paraná) exportada por barcos para a Argentina. O império da Mate Laranjeira durou até a década de 40 com Getúlio Vargas iniciando a ocupação dos espaços, com a criação do Distrito de Ponta Porã em 1943 (P. Porã, Dourados, Maracaju, Bela Vista, Porto Murtinho, Nioaque e Miranda), o cancelamento da concessão das áreas e o desinteresse dos argentinos pela compra da erva mate. .
OUTROS TEMPOS: Articulado, Laranjeira envolveu políticos (Família Murtinho) na empresa e se fortaleceu a ponto de conceder empréstimo ao Governo de Mato Grosso. A empresa chegou a contar com 500 carretas e 20 mil bois, barcos a vapor, duas linhas férreas, escolas, hospital e as cidades de Porto Murtinho e Guairá como bases de apoio. A história é fantástica e inspirou várias obras disponíveis no mercado literário.
HISTÓRIA-7: Nascido em 1806, Manoel Costa Lima construiu em 4 anos a estrada de 325 kms de Campo Grande ao antigo Porto XV. Trouxe de Concepcion (Paraguai) 7 carretões e um barco a vapor – navegando até Aquidauana, desmontando-o e colocando as partes nos carretões puxados por 200 bois. Após 60 dias chega a Campo Grande e ruma ao rio Anhanduizinho – onde o barco é montado e através das águas do rio Pardo atinge o rio Paraná. A primeira travessia do rio Paraná foi em 8 de outubro de 1906.
A SAGA: Em seguida construiu balsas currais, embarcadouros e trouxe duas ‘chatas’ incrementando o comércio nas duas margens do rio Paraná. Incentivou a ocupação das terras e fundação de várias cidades, além de instalar uma central telefônica em 1916 para atender 30 fazendas. Foi indenizado pelo Governo com a regularização das terras devolutas que ocupava. Seu feito foi reconhecido pelo governador Fernando C. da Costa que o colocou no rol dos heróis da nossa terra. Seu falecimento se deu em 1954.
ATÉ ONDE? Os gastos com o funcionalismo da União, Estados e municípios só aumentam. Em 2020 representava 16,68% do PIB – nada menos que 50,26% da carga tributária. Mas pasmem! Vem mais concursos por aí. Atualmente temos 119 deles com inscrições abertas (nos 3 níveis) oferecendo apenas 222.906 vagas. Onde vamos parar?
A PROPÓSITO: O fato não é recente. Diante da estagnação da iniciativa privada os jovens na faculdade ou nos cursos de especialização sonham com o emprego público. Os chamados ‘concurseiros’ atravessam o país em busca da chamada garantia salarial – que na pratica nem sempre é tão vantajosa como possa parecer em alguns cargos.
PEDRO SIMON: Após 57 anos de vida pública, desabafa no seu livro “A impunidade veste colarinho branco”: “De repente, eu percebo que a corrupção é, exatamente, a distância entre o país que temos e o país que queremos. Pena que, no país que temos, ainda teimemos no cultivo da árvore proibida da impunidade, na qual se entrelaça a serpente maliciosa da corrupção”.
PILULAS DIGITAIS:
Se você quer apenas andar rápido, ande sozinho. Mas se você quiser caminhar longe, ande junto! (Steve Jobs)
Aliança Lula-Alckmin – com qual programa?
Existem dois lados em todas as discussões. O meu lado e o errado. (Oscar Levant)
Quem não suporta o cheiro de pólvora não deve ir para a guerra. (provérbio judeu)
O pior ego é o que não se vê. (Carlos Castelo)
Viver é desenhar sem borracha. ( Millôr Fernandes)
Felizes os que podem respirar! Bem aventurados os que não tossem! (Machado de Assis)
Quando as notícias são boas, algo está errado. (provérbio judeu)
As pessoas que falam muito, mentem sempre, porque acabam esgotando seu estoque de verdades. ( Millôr Fernandes)
Se não tens um amigo com Covid, é porque não tem amigos.
Universitário descobre que tem aulas online com professor morto em 2019. ‘Ensino médium’.