1-DESCULPAS: Elas não faltam para tentar justificar o desinteresse pela política. Algumas são aceitáveis. Neste rol eu incluiria o argumento da venerada Madre Tereza de Calcutá. Ao ser questionada por sua postura se defendeu: “Não posso dar-me ao luxo da política. Numa ocasião fiquei cinco minutos a escutar um político e morreu-me um velhinho em Calcutá”.
2-DESCULPAS: A imagem do ambiente político passado diariamente pela mídia talvez seja uma forte razão para esse distanciamento. Não por acaso, 70% dos eleitores não lembram em quem votou um ano depois de cada eleição. Se não lembra, é prova de que não teve interesse em acompanhar a atuação do político que recebeu seu voto.
RENOVAÇÃO: Apesar de difundida ela não ocorre. Pelas suas regras o sistema beneficia quem já participa da política, inibindo o ingresso dos novatos. Além disso, os partidos abarrotados de recursos, são grandes financiadores de campanha. A tendência é que as siglas patrocinarão aqueles que já estão no poder e usam a máquina pública.
CACIQUES & PARTIDOS: Eles se protegem como podem. Uma das defesas é proibir as candidaturas independentes ou avulsas, obrigando a filiação partidária 6 meses antes da eleição. Apesar dos apelos dos partidos para atrair gente nova, no fundo a intenção é só usar os novatos como degraus das ‘escadas’ para eleger seus preferidos. Nada mais.
VALE REPETIR: Esse festival de partidos e candidatos floresceram graças a generosa legislação que encheu as suas ‘burras’, que fará destas eleições as mais caras da história. Além de legislar em causa própria na agenda eleitoral, o futuro congresso fará refém de seus interesses o próximo presidente da república, independentemente de quem seja. O legislativo será o mais forte dos 3 poderes.
COFRES CHEIOS: Para acabar com o peso do financiamento empresarial das campanhas, (que ocorre desde 2017), serão gastos R$ 5,96 bilhões nestas eleições, sendo R$4,9 bilhões para as campanhas e R$1,06 bilhão para o Fundo Partidário. E será que apesar dessa fortuna a ser literalmente torrada, o país melhora? D u v i d o!
REPASSES: União Brasil R$770 milhões, PT R$482,6 milhões, MDB R$356,7 milhões, PP R$338,6 milhões, PSD R$334,2 milhões, PSDB R$314,1 milhões, PL R$283,2 milhões, PDT R$248,2 milhões, Republicanos R$ 242,1 milhões, Podemos R$187,7 milhões, PTB R$112,2 milhões, Solidariedade R$110,8 milhões, PSOl R$ 97,5 milhões, PROS R$89,2 milhões, Novo R$ 87,7 milhões.
SEGUINTES: Cidadania R$86,2 milhões, Patriotas R$84,3 milhões, PSC R$79,9 milhões, PCdoB R$74,5 milhões, Rede R$68,1 milhões, Avante R$67,6 milhões, PV R$49 milhões, PTC R$22,5 milhões, PMN R$13,7 milhões, DC R$9,3 milhões, PCB R$2,9 milhões, PCO R$2,9 milhões, PMB R$2,9 milhões, PTR R$2,9 milhões, PSTU R$2,9 milhões, Unidade Popular (UP) R$2,9 milhões.
DO LEITOR: “ (-)…Enquanto foram duplicados só 125 kms da BR 163, faltando ainda 328 kms para serem concluídos no MS, no vizinho Mato Grosso a Odebrecht Trans Port entregou todo o trecho duplicado em agosto de 2021. O drama agora tem o agravante do risco do aumento da taxa de pedágio. O fato – agrava nosso complexo de inferioridade política em relação a Cuiabá”.
MUDANÇAS: Fenômeno mundial. A pandemia aumentou o peso da concorrência dos sites ou ‘camelódromos virtuais’. Nos ‘USA’, os shoppings estão deixando de ser templos de consumo para virarem espaços de passeio. Os encargos dos espaços físicos e os impostos tornaram os negócios inviáveis. E qual foi a última vez que você foi ao shopping?
CUTUCADA : O pré-candidato Marquinhos Trad (PSD) observa que a geração de empregos da indústria Suzano à população de Ribas do Rio Pardo é ínfima. À ela estariam reservadas apenas atividades com salários baixos. Diz que a empresa deveria qualificar os trabalhadores locais para competirem em igualdade de condições com os profissionais vindos de fora.
ESTÍLOS: Cada postulante a Governador tem o seu; sutil, irônico ou técnico. Pesam vários fatores no comportamento em situações e ambientes diferentes. A longo da campanha é possível que – olhando as pesquisas – façam correções. Mas nesta fase há o cuidado em evitar críticas diretas a concorrentes por causa de possíveis alianças no 2º turno. Todos corteses.
OPINIÃO: O primeiro contato do eleitor com o candidato é importante. Cabe ao último se posicionar no mesmo patamar do eleitor, sem formalidades que possam intimidá-lo. Simplicidade e paciência de ouvir o eleitor formam um binômio fundamental nesta hora. Aliás, os grandes políticos mineiros sempre cultivaram a arte de saber ouvir.
FALAR: É o que mais o eleitor gosta de fazer nestas ocasiões. Quer contar sua vida, sucessos e fracassos. Aí o candidato não pode ter pressa ou tentar contestar o eleitor. Afinal, é a sua grande chance dele (eleitor) se expor, fato marcante para sempre em sua existência. Candidato apressado, dono da verdade, não sensibiliza, nem agrada.
POR FORA: Impressiona a ignorância da ‘grande imprensa’ e maioria das lideranças partidárias nacionais quanto a realidade política em Mato Grosso do Sul. No caso das pretensões da senadora Simone Tebet (MDB) há total desconhecimento da cúpula do MDB quanto ao atual peso dela no cenário e no partido do MS. Ora! Por mérito, as decisões passam pelo ex-governador Puccinelli. A batuta está com ele faz tempo.
CONVENHAMOS: A senadora Simone tem se mantido afastada do cotidiano político estadual. Tem sido ausente nas relações políticas e eventos de cidades importantes, onde foi votada. Pior, ‘bolsonaristas’ não a perdoam pela sua atuação na ‘CPI da Pandemia’. E mais: seu marido, deputado licenciado Eduardo Rocha (MDB) ocupa cargo de Secretário de Governo na administração de Reinaldo Azambuja (PSDB).
EM NOME DE DEUS: A pré candidata Rose Modesto (União Brasil) é notável liderança evangélica, fato incorporado as suas pretensões eleitorais. Sergio Harfouche (Avante) procurador de justiça desincompatibilizado do cargo em 2 de abril, é o seu nome para concorrer ao Senado. Outro cidadão evangélico, agricultor Alberto Schlatter (Podemos) de Chapadão do Sul, concorrerá a 1ª. suplência do Senado. Amém!
A COLHEITA: Também na política vigora o ditado de que ‘a colheita é proporcional ao plantio’. É o caso do ex-governador paulista João Dória. Atropelou os ditames da ética, foi ingrato aos seus padrinhos na vida pública e ao final só restou-lhe escolher entre a corda e a árvore. Não fará falta ao cenário político. A boa política agradece.
1-LULA: “O país está pronto para 10% da população. Nós temos uma classe média que ostenta um padrão de vida em que nenhum lugar no mundo a classe média ostenta. Nós temos uma classe média que ostenta o padrão de vida que não tem na Europa.. ( ).Aqui na América Latina, a classe média ostenta um padrão de vida acima do necessário”.
2 LULA: Mas na pratica a vida do ex-presidente é diferente do discurso. O aluguel da casa (avaliada em R$4 milhões) chega a R$25 mil e às vésperas de seu casamento foi constatado o descarte de vinhos portugueses e italianos que variam entre R$5 mil e R$6 mil. Uma delas foi presente de Rubens Ometo, envolvido na Lava Jato e que pelo visto mantém boas relações com o ex-presidente. E segue a galopeira.
Ponto final:
“Não posso dar-me ao luxo da política. Numa ocasião fiquei cinco minutos a escutar um político e morreu-me um velhinho em Calcutá”. (Madre Tereza de Calcutá)