A situação ficou ainda mais constrangedora para o tucano em outro vídeo que começou a circular nas redes sociais. Ao ser pressionado para não apoiar o ex-secretário de Infraestrutura, Bolsonaro questiona: “quem é Riedel?”. O vídeo pode ser conferido abaixo.

A motociata foi organizada pelo Capitão Contar, que já tinha organizado outras de apoio a Bolsonaro. O deputado liderou manifestação de apoio ao presidente inclusive em momentos polêmicos, como dos atos antidemocráticos contra o Supremo Tribunal Federal  e contra o fechamento do comércio na pandemia.

Inicialmente, Contar planejava organizar uma motociata de apoio a Bolsonaro. Para surpresa do parlamentar, na manhã de quarta-feira, o presidente lhe ligou e confirmou a participação no passeio de moto.

Conforme o Jornal de Domingo, a equipe do PSDB cogitou roubar o evento do Capitão Contar e transformá-lo em mais um ato de Bolsonaro sinalizando apoio a Eduardo Riedel. Gildo Andrade foi ao local para levar a moto em que o ex-secretário estadual iria pilotar ao lado do presidente da República.

A princípio, o presidente começou a cumprir o script desenhado por Tereza Cristina e sonhado pelo PSDB. Ele abraçou, tirou fotos e levou Riedel em carro aberto. No entanto, o presidente não anunciou nem gravou mensagem de apoio ao candidato do PSDB. “Eu quero agradecer a dois pré-candidatos, que não vou citar o nome”, afirmou Bolsonaro, deixando claro, sem meias palavras que espera o apoio de Riedel e Contar em Mato Grosso do Sul.

A esperança era tirar Contar de cena e colocar Riedel para desfilar de moto ao lado de Bolsonaro. “De última hora avisaram que o Riedel poderia aparecer. Mas avisaram o Gildo que ele seria muito vaiado ali. Dai não foi.

Não houve qualquer agressão”, contou o deputado.

“Gildo foi até a motociata levando uma determinação do próprio presidente Jair Bolsonaro, que queria ter Eduardo Riedel numa motocicleta a seu lado.

Andrade levou então sua própria moto até o local da manifestação, e chegando foi escoltado por seguranças presidenciais passando por todos os cordões de isolamentos, até o início da motociata, chegando rapidamente ao pelotão que puxaria a manifestação”, relatou o JD1.

“Lá chegando veio a ‘bomba , a orientação do presidente para ter o pré-candidato tucano a seu lado. Constrangido, Contar chegou a indagar do marqueteiro, se Riedel era habilitado e se iria na garupa, mas foi informado que ele “vai ao lado do presidente nessa moto’”, continuou o jornal.

Os bolsonaristas começaram a gritar “Riedel, fora”. A reação levou o marqueteiro a ligar para o tucano e aconselhá-lo a não comparecer na motociata. Os bolsonaristas sempre deixaram claro, nas redes sociais e nos grupos de aplicativos, que são contra o candidato do PSDB.

Sem o tucano, Bolsonaro, sem capacete, levou a deputada federal na garupa e foi acompanhado de perto por Capitão Contar. De acordo com a Guarda, 10 mil pessoas participaram da motociata, que teve ainda 800 carros e 3 mil motos.

Cerca de 3 mil motos e 800 carros participaram de motociata com Bolsonaro na Capital (Foto: Divulgação)

Sobre a neutralidade de Bolsonaro na campanha, Eduardo Riedel foi procurado, mas não se manifestou.

“Na minha avaliação, o presidente foi sábio, fez o certo e cumpriu o que falou desde o início: que não teria um preferido por aqui, o que desmontou todas as narrativas criadas ao longo dos últimos meses”, afirmou Capitão Contar, sobre o fato do presidente não anunciar um preferido publicamente.

“O Presidente atendeu ao pedido de Tereza Cristina, dando carona para o Riedel no seu carro, e também me atendeu, prestigiando a motociata.

Com certeza, ele sentiu no povo sul-mato-grossense qual nome está mais forte e ligado a ele de verdade por aqui”, ressaltou o deputado.

Outra hipótese é que o presidente pretendia anunciar apoio ao tucano.

No entanto, ao se deparar com a reação dos bolsonaristas contra Riedel e a favor de Contar, ele decidiu ficar neutro para não desagradar a ex-ministra nem o seu séquito público fiel.