Gripe Aviária chega a Mato Grosso do Sul
Vírus foi detectado em criação de aves de subsistência em Bonito
A pasta reforça que esse é o primeiro caso da doença registrado no Estado neste ano, e o terceiro em aves de subsistência detectado no Brasil.
“As medidas sanitárias estão sendo aplicadas pelo Serviço Veterinário Oficial para contenção e erradicação do foco, bem como estão sendo intensificadas as ações de vigilância em populações de aves domésticas na região. Não há estabelecimentos avícolas industriais nas áreas de risco epidemiológico ao redor do foco”, afirmou o Mapa, em nota.
O primeiro caso registrado no Brasil foi notificado no dia 15 de maio, em duas aves marinhas resgatadas no litoral do Espírito Santo. No dia 28 de junho, o vírus foi detectado pela primeira vez em aves domésticas, em uma criação de patos, gansos, marrecos e galinhas, localizada no quintal de uma casa no interior do Espírito Santo.
Agora, o País já soma 103 casos, sendo 100 em aves silvestres e trêss em aves de subsistência.
O Mapa destaca que como a ocorrência em Bonito foi de aves de subsistência, o caso não trará restrições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros, e mantém o status do Brasil como país livre de IAAP para o comércio.
“O consumo e a exportação de produtos avícolas permanecem seguros”, garantiu a pasta.
Recomendações
O Ministério pede que a população não recolha aves que encontrarem doentes ou mortas nas ruas, e acionem serviços especializados de recolhimento para evitar contato com a doença e que a doença se espalhe.
Doença
A influenza aviária é uma doença de distribuição mundial, com ciclos pandêmicos ao longo dos anos, e com graves consequências ao comércio internacional de produtos avícolas.
Os vírus de influenza tipo A apresentam alta capacidade de mutação (drift e shift antigênico) e consequentemente de adaptação a novos hospedeiros. A adaptação dos vírus de influenza aviária ao homem já foi responsável por uma alta taxa de letalidade, e a possibilidade de transmissão desses vírus entre os seres humanos pode representar um alto risco para a população mundial.
Atualmente os principais fatores que contribuem para a transmissão da influenza aviária são os seguintes:
Aves migratórias/silvestres – A exposição direta a aves silvestres infectadas é o principal fator de transmissão da IA. Estas aves atuam como hospedeiro natural e reservatório dos vírus da IA desempenhando um papel importante na evolução, manutenção e disseminação desses vírus. Essas aves normalmente apresentam infecção sem adoecer, o que lhes permite transportar o vírus a longas distâncias ao longo das rotas de migração. As principais espécies silvestres envolvidas parecem ser aves aquáticas, gaivotas e aves costeiras.
Globalização e comércio internacional – O intenso fluxo de pessoas ao redor do mundo, assim como de mercadorias, aumenta consideravelmente o risco de disseminação de doenças, incluindo a influenza aviária.
Mercados/feiras de vendas de aves vivas – Podem facilitar o contato próximo entre diferentes espécies de aves e outros animais, assim como com o homem, o que além de favorecer a transmissão, aumenta a possibilidade de recombinações genéticas entre diferentes tipos de vírus de influenza.
Segundo o Mapa, aplicar medidas de biosseguridade nos estabelecimentos avícolas visando limitar a exposição de aves domésticas a aves silvestres, principalmente migratórias e/ou aquáticas, é a principal medida de mitigação de risco para introdução do vírus da influenza aviária no plantel avícola nacional, e consequentemente diminuir o risco de evolução do vírus para formas altamente patogênicas e recombinação com componentes de outros vírus de influenza para formar vírus que podem não apenas infectar seres humanos, como ser transmitidos entre seres humanos.
Com informações de: Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa)