O ex-prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP) não é o único que ficou milionário depois de ingressar na política. A mesma trajetória teve o secretário estadual de Fazenda e presidente regional do PSDB, Márcio Campos Monteiro. Em quatro anos, o seu patrimônio dobrou. Contudo, se for considerar os bens declarados antes de tomar posse como prefeito de Jardim, em 1996, o patrimônio acumula aumento de 563%, de R$ 455 mil para R$ 3,017 milhões.
Em julho deste ano, o secretário se tornou réu por improbidade administrativa por concessão de incentivos ilegais à Gama Comércio Importação e Exportação de Cereais, de Gilmar Toniolli. Segundo o MPE (Ministério Público Estadual), o secretário isentou a cerealista de pagar Fundersul (Fundo de Desenvolvimento Rodoviário) e lhe deu desconto de 80% no pagamento de ICMS.
Secretário é alvo de ação por dar isenção no Fundersul e desconto de 80% no ICMS
Nos últimos anos, o secretário teve evolução patrimonial significativa. Fazendeiro, ele teve aumento de 94,5% em quatro anos. Conforme a declaração de bens, apresentada à Justiça Eleitoral em 2010, quando foi candidato a deputado estadual, ele tinha R$ 1,552 milhão.
Na época, a maior parte do valor era formada por 774 vacas, avaliadas em R$ 503 mil, a Fazenda Mimoso (R$ 309,8 mil), o apartamento no Edifício Bougaville (R$ 80 mil) e R$ 79,7 mil em contas bancárias.
Quatro anos após, ao ser candidato a deputado federal em 2014, o patrimônio dobrou, chegando R$ 3,017 milhões. Neste ponto, houve herança, considerando a citação de espólio. Duas fazendas denominadas Mimoso e Imbirussu totalizavam cerca de mil hectares e estavam avaliadas em R$ 785,7 mil.
O secretário ainda declarou possuir o apartamento no Edifício Bougaville (R$ 130 mil), uma motocicleta BMW 1200 cilindradas (R$ 69 mil), R$ 200 mil em espécie, lote no Residencial Alphaville (R$ 202,5 mil) e veículos diversos.
Apesar da fama de produtor rural, Márcio Monteiro não era milionário quando entrou na política. Em 1996, quando disputou e venceu a eleição para a prefeitura de Jardim pelo PMDB, ele declarou ter patrimônio de R$ 455 mil.
Na época, os maiores bens eram a casa (R$ 100 mil) e um prédio (R$ 120 mil), ambos em Jardim, e 790 bovinos (R$ 118,5 mil). Na ocasião, ele declarou três tratores, uma roçadeira (R$ 3 mil) e um motosserra (R$ 250).
Atualmente, Monteiro é deputado federal licenciado. Ele deixou a vaga para o primeiro suplente da coligação, Elizeu Dionizio (PSDB).
A expectativa é de que ele deixe o cargo no próximo ano para disputar a reeleição.
A outra opção é substituir a prima, Marisa Serrano, como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Ela já tem idade para se aposentar, porque completou 70 anos, mas há um impasse nos bastidores sobre o candidato a vaga.
A conselheira trabalha pela indicação do atual secretário de Fazenda. No entanto, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) assumiu o compromisso de indicar o deputado estadual Flávio Kayatt (PSDB), relator da CPI da JBS.
Indicada na cota da Assembleia em uma articulação feita pelo então aliado, o ex-governador André Puccinelli (PMDB), quando trocou o Senado pelo TCE, Marisa resiste em abrir mão para outra pessoa.
Se não houver acordo, ela ameaça permanecer na corte fiscal por mais cinco anos. Isso é possível graças a “PEC da Bengala”, como ficou conhecida a emenda constitucional que ampliou a idade máxima para desembargadores, ministros da Justiça e conselheiros de 70 para 75 anos.
A disputa foi ampliada com o desejo do presidente da Assembleia Legislativa, Junior Mochi (PMDB), de ocupar a vaga de Marisa. Ele passou a considerar a possibilidade após Puccinelli melar o plano para ser o candidato a vice-governador na chapa de Reinaldo.
Márcio disputa vaga da prima, a conselheira Marisa Serrano, com o deputado estadual Flávio Kayatt
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