Com medo da pressão popular, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Júnior (PMDB), e o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), imitaram os políticos do Rio de Janeiro, e colocaram centenas de policiais militares para afastar os funcionários públicos estaduais.
Sem acordo com o Fórum dos Servidores, os deputados seguem as ordens do tucano para votar a reforma no afogadilho, impondo sacrifício ao funcionalismo público estadual sem amplo debate e liberando os R$ 377 milhões para saque pelo Governo para pagar o 13º deste ano.
Desde ontem, os democratas Mochi e Azambuja montaram mega esquema de segurança para evitar o acesso dos manifestantes ao Palácio Guaicurus, suposta casa do povo, e à Governadoria. A Tropa de Choque e policiais a cavalo reforçam a segurança dos deputados.
Só houve acesso ao prédio de aproximadamente 150 servidores que acampam no local desde ontem à noite. Cerca de 500 foram barrados na manhã de hoje na entrada do legislativo, cercado com grades, como no Rio de Janeiro.
Nem o ex-governador André Puccinelli (PMDB), que tinha fama de autoritário e sempre recorreu à PM para se proteger dos protesto, nunca impediu o acesso dos servidores ao prédio do legislativo estadual.
Zeca do PT carrega o episódio do gás de lacrimogêneo contra os professores, mas nunca montou esquema semelhante para impedir entrada de servidores no legislativo.
Reinaldo e Mochi montaram a operação de guerra para impor as maldades e apostam na suposta memória curta do eleitor. Afinal de contas, o deputado e o governador vão precisar dos votos dos eleitores para garantirem o foro privilegiado.
O Fórum dos Servidores rejeitou a proposta dos deputados, feita com o aval do Governo. Reinaldo poderia esperar a aprovação da reforma de Michel Temer (PMDB) ser aprovada pelo Congresso Nacional para seguir o modelo.
No entanto, o tucano está desesperado para não pagar mico no fim do ano, principalmente, na véspera da eleição, e não pagar o 13º salário dos funcionários. Com a reforma, ele une o sistema previdenciária, que tinha sido separado em 2012, e acaba com o fundo criado para salvar a previdência estadual.
Este novo fundo tem 8.001 servidores e paga seis pensões. Com R$ 377 milhões em caixa, o fundo teria R$ 7,7 bilhões em 2030. No entanto, o tucano não está preocupado com o futuro e precisa destruir o que existe de bom para resolver o problema do presente, a falta de dinheiro para o Governo fechar as contas no azul.
E agora, começa a operação de guerra para impor a vontade aos 75 mil servidores públicos estaduais.
Espera-se que o esquema de hoje não seja o prenúncio de que Mato Grosso do Sul segue o caminho do Rio de Janeiro, afundado em corrupção e sem dinheiro para pagar aposentados, servidores ativos, manter universidades, …
O pior é que não estamos longe, porque denúncias de corrupção envolvem os últimos dois ex-governadores e até o atual. Só não temos ninguém preso, porque a nossa Justiça não segue o mesmo modelo aplicado no Rio, por enquanto.
Governo de “emergência” vive de socorros
Depósitos judiciais garantiram R$ 1,4 bilhão no primeiro ano da gestão tucana e mantiveram o pagamento dos funcionários em dia.
No ano passado, ficou sem pagar 15% da dívida estadual e ganhou fôlego para não atrasar salários.
Neste ano, o Refis fracassou e só rendeu R$ 30 milhões. O Governo não fecha as contas se não acabar com o fundo previdenciário criado em 2012, que lhe garantirá R$ 401 milhões, conforme cálculo mais atualizado.