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Enquanto o presidente Michel Temer (MDB) faz pirotecnia para enganar a população com o anúncio de medidas ineficazes, facções criminosas ampliam o domínio na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. O brutal assassinato do policial civil Wescley Vasconcelos Dias, o Baiano, 37 anos, expõe, de forma cruel a falta de investimento em segurança pública na região.
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) ainda não desceu do palanque a respeito do assunto. Desde a pré-campanha eleitoral em 2013, quando percorria o Estado ao lado do então senador Delcídio do Amaral, ele reclama da falta de investimentos federais nos municípios fronteiriços.
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O tucano diz a verdade sobre o assunto. O Governo federal não amplia a estrutura nem o efetivo da Polícia Federal na região dominada pela máfia do cigarro e das organizações criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e Comando Vermelho, que seguem em guerra pelo comando do narcotráfico e contrabando de armas.
Quando o cidadão acha que não pode ficar pior, o Exército saiu da fronteira. Quartéis foram desativados em vários municípios. As Forças Armadas apostaram as fichas no Sisfron, moderno sistema de monitoramento, mas que emperrou na falta de recursos.
Temer tem priorizado manter seu grupo no poder e em se livrar das denúncias de corrupção, como foi o gasto de bilhões para evitar a autorização para ser processado por chefiar organização criminosa, obstruir a Justiça e corrupção passiva.
Sem investimentos federais, os policiais civis acabam assumindo o trabalho que deveria ser executado pela PF e pelo Exército, avalia o presidente do Sinpol (Sindicato dos Policias Civis), Giancarlo Miranda.
Só que praticamente todas as delegacias estão sucateadas. Os agentes não possuem incentivo nenhum para ficar na fronteira. Falta efetivo e armamento para enfrentar as organizações criminosas.
O caso de Wescley é exemplar. O policial foi morto com 30 tiros de fuzil AK 47, de fabricação russa. A outra arma utilizada seria outro fuzil de calibre 7.62, de uso exclusivo das Forças Armadas. O agente estava em viatura descaracterizada da Polícia Civil.
Miranda destaca que a maior parte dos policiais civis não possui arma de porte ofensivo e destrutivo semelhante.
É o segundo assassinato de policial civil pelo crime organizado em menos de dois anos pelo crime organizado na fronteira. Em 14 de junho de 2016, o policial civil Aquiles Chiquin Júnior, 34, foi fuzilado na academia em Paranhos.
Nenhum suspeito pelo crime foi preso ou denunciado à Justiça. A impunidade amplia o poder dos criminosos na região de fronteira de Mato Grosso do Sul.
Aqui fica claro outro problema, a falta de investimento na segurança por parte do Governo do Estado. Reinaldo reclama do Governo federal, mas não faz a sua parte.
De acordo com o Sinpol, ele já sinalizou que poderá criar adicional de fronteira para os policiais civis. Já seria um alento para quem tem coragem de residir na região para enfrentar as facções criminosas.
Já Temer, além da intervenção federal no Rio de Janeiro, só faz pirotecnia. Em reunião com os representantes dos Estados, anunciou uma linha de crédito para comprar de armas e viaturas. Com os governos estaduais endividados e com déficits gravíssimos, o presidente agiu como um banco oferecendo crédito para quem conseguir tirar o nome do SPC sem aumento de salário e ter a sorte de ganhar na loteria.
A situação da fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai é deplorável. O pior é que os grupos criminosos não estão impondo terror apenas no Rio de Janeiro, basta acompanhar os jornais para saber da violência em vigor de norte a sul do País.
O pio é que o teatro continua. Nesta quarta-feira, Temer discute medidas de segurança com os prefeitos.