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A Prefeitura de Campo Grande vai pagar R$ 22,614 milhões pela compra dos uniformes, que serão entregues, novamente, com atraso neste ano.

O valor representa aumento de 163% em relação ao gasto no ano passado, quando houve a contratação sem licitação de empresa no interior de São Paulo.

Em relação ao gasto no último ano de gestão de Alcides Bernal (PP), R$ 4,605 milhões, houve aumento de 391%.

Os contratos foram firmados com sete empresas no dia 26 de fevereiro deste ano, conforme o Portal da Transparência.

Só o valor pago a Nilcatex, empresa que causou polêmica ao ser contratada por Bernal, receberá R$ 11,054 milhões, mais que o dobro desembolsado na gestão do progressista.

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O segundo maior desembolso ficou com a Via Verde Eventos (R$ 4,468 milhões), seguido pela Brasilsul Indústria e Comércio Ltda (R$ 4,018 milhões).

O total pago pelos uniformes dos estudantes das creches e escolas municipais mais que dobrou em relação ao ano passado, quando Marquinhos Trad (PSD) pagou R$ 8,568 milhões para a Reverson Ferraz, de Cerquilho, no interior de São Paulo.

A empresa foi contratada sem licitação e com base na ata da Estância Turística de Embu das Artes (SP).

Em relação a 2016, quando Bernal pagou R$ 4,605 milhões, houve aumento de 391% no desembolso com o vestuário, mochilas e tênis dos estudantes da Rede Municipal de Ensino.

Empresas que vão fornecer o uniforme da rede municipal deste ano

O aumento impressiona porque a inflação acumulada nos últimos dois anos foi de 10,09% nos últimos três anos.

O número de estudantes não quadruplicou nas escolas municipais.

Quando foi lançada a licitação, O Jacaré já tinha destacado o alto valor previsto. No entanto, o resultado final superou a estimativa inicial, que girava em torno de R$ 17 milhões.

Na ocasião, a secretária municipal de Educação, Elza Ortelhada, apontou “vários motivos” para o aumento no desembolso com uniformes em plena crise financeira.

O primeiro fator para justificar o desembolso maior foi a pesquisa de preço de mercado, que deveria ser adotada para reduzir o custo e não elevar o gasto público.

Elza ainda apontou o aumento de 23% no número de estudantes – que passaria de 105 mil para 130 mil. Ainda assim está longe do aumento de 163% em relação ao desembolso do ano passado.

Sem considerar que a assessoria da pasta divulgou, no site do município, que foram adquiridos 103,4 mil peças (não seria 130 mil?).

Inicialmente, a secretária previa que não seria gasto o montante previsto. No entanto, conforme os contratos disponibilizados no portal, todas as empresas já assinaram contratos com o município e estão recebendo para fornecer os uniformes.

Enquanto quadruplica o gasto com o uniforme, Marquinhos fraciona o reajuste do piso do magistério, que está previsto em lei municipal e não vem sendo cumprido.

Marquinhos não tem dinheiro para reajustar o salário dos professores, como prevê a lei, mas não economizou com a compra de uniformes (Foto: Divulgação)

Mesmo tendo custado uma fortuna, os uniformes estão sendo entregues com atraso. As aulas começaram no dia 6 de fevereiro deste ano.

Alguns alunos receberam camisetas remanescentes do ano passado. De acordo com o prefeito, foram entregues 50 mil camisetas.

A última vez que uniforme foi entregue no início das aulas foi em 2012, na gestão de Nelsinho Trad (PTB).