Os 684 funcionários do frigorífico da JBS em Cassilândia já foram demitidos e aguardam, agora, o acerto das contas e a homologação das rescisões.
De acordo com Lucio Clei Souza Rezende, presidente do Sindicato de Trabalhadores de Frigoríficos, a JBS informou que o dinheiro referente aos encargos trabalhistas serão depositados nas contas dos funcionários nesta sexta-feira (29), e a homologação será realizada na segunda-feira (2).
A planta encerrou as operações, oficialmente, no último dia 19.
O motivo do fechamento seriam multas no valor de R$ 5 milhões, pagas trimestralmente, referentes a irregularidades apontadas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
O frigorífico tinha capacidade para abater 500 cabeças por dia e 2 milhões por ano. Era o principal empregador da cidade de 24 mil habitantes. O clima no município é de tristeza, revolta e falta de perspectivas, segundo aponta Clei.
“Não são só os trabalhores que estão apreensivos, mas toda a cidade. Era uma folha de pagamento de R$ 2 milhões que agora Cassilândia não receberá mais.
O comércio, todos os moradores vão sofrer muito esse impacto”, diz. “Alguns funcionários receberam propostas de transferência, mas têm família aqui, é difícil.
Está todo mundo sem expectativa de nada”, lamenta.
A esperança da população era de que algum outro grupo assumisse a planta, mas, até agora, não há especulações. “Ninguém ainda procurou o sindicato para falar sobre isso.
Nós conversamos com o prefeito (Jair Boni), mas por enquanto ele disse que está tentando resolver o impasse da JBS com o Cade”, conta.
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Cassilândia, Silas Alberto de Souza, o prédio do frigorífico pertence ao município e existe uma possibilidade de que retorne para responsabilidade da administração municipal.
Também haveriam empresas interessadas, mas ainda não há nenhuma negociação avançada.
OPÇÕES
O frigorífico mais próximo localiza-se em Goiás há 20 quilômetros, porém assim como o Frigorífico Estrela, localizado no estado de São Paulo (240 km), será necessário pagar Imposto Sobre Circulação de Mercadorias (ICMS).
No lado de Mato Grosso do Sul, existe a Marfrig em Paranaíba (100 km) e Frigosul em Aparecida do Taboado (145 km).