O pedido da defesa de Eduardo Cunha para afastar o juiz Sérgio Moro de processo na Lava Jato foi negado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) em julgamento nesta quarta-feira (18).
A exceção de suspeição, que apresenta argumentos contra o magistrado, já havia sido rejeitada na primeira instância, em fevereiro.
Cunha foi condenado por Moro a 15 anos e 4 meses, e teve a pena reduzida em segunda instância para 14 anos e 6 meses. Os desembargadores da 8ª Turma do TRF-4 decidiram retirar da condenação um dos crimes de lavagem de dinheiro. Ele responde ainda por corrupção e evasão de divisas.
Os crimes teriam sido cometidos em uma negociação para a exploração de um campo de petróleo na República de Benin pela Petrobras. Cunha é acusado de receber US$ 1,5 milhão como propina.
Os advogados de Cunha apresentaram 10 razões para considerar Moro suspeito de julgá-lo. Entre as alegações, a defesa diz que a “prisão preventiva teve por objetivo ganhar popularidade”.
A defesa alegou também que a transferência da carceragem da Polícia Federal para o Complexo-Médico Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, “teve por objetivo forçar uma colaboração premiada”.
Cunha está preso desde 2016. Na sentença em primeira instância, Moro disse que ele deveria continuar preso durante a fase de recursos do processo, já que, mesmo na cadeia, tentou chantagear e ameaçar testemunhas.