O sonho da casa própria acabou virando pesadelo para várias pessoas, aproximadamente 30, depois de serem enganadas por um estelionatário que se dizia influente na Emha (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande) e que conseguira imóveis já retomados por falta de pagamento dos mutuários.
O golpe era muito bem planejado, segundo o delegado Valmir Moura Fé, com ligações de um casal que se passava por funcionários da Emha confirmando o cadastro feito com Edson do Vale, de 54 anos, o estelionatário. Após as ligações e pedidos de que aguardassem a liberação dos imóveis, Edson levava as vítimas a condomínios, onde tinha conhecimento da retomada de casas pela Caixa, por falta de pagamento.
Edson ainda teria feito amizade com um dono de um mercado, no Bairro São Conrado, que acabou vítima do autor também. Ao conquistar a amizade do homem, Edson teria pedido para ele oferecesse as casas para as pessoas da região dizendo que tinha como arrumá-las.
Para conseguir o imóvel o interessado tinha de dar uma entrada no valor de R$ 2.600, e aproximadamente 30 pessoas acabaram caindo no golpe. O comerciante, com quem o estelionatário fez amizade, perdeu o valor de R$ 14.600.
Uma moça de 20 anos entregou o dinheiro do acerto depois de sua demissão do serviço a Edson, R$ 2.600. Já uma família interessada nas casas acabou perdendo o valor de R$ 7.500. o valor total do prejuízo é de aproximadamente R$ 70 mil.
Uma das vítimas de Edson procurou a delegacia de polícia neste mês, depois que a promessa da entrega da casa para julho não se concretizou. A prisão preventiva de Edson, que está foragido, já foi pedida pelo delegado, que ainda deve pedir uma relação dos imóveis retomados a Caixa Econômica Federal.
Em janeiro de 2016, ele foi preso durante uma operação do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestro) que tinha como vítimas proprietários de oficinas mecânicas de Campo Grande. Edson e seu comparsa iam até as oficinas mecânicas levando seus supostos veículos para fazer orçamento do conserto dos carros, momento em que apresentavam-se para os proprietários como ‘policial federal’, ou como ‘auditor da receita federal’ e ainda como ‘fiscal de rendas estadual’.
Logo em seguida ofereciam para as vítimas materiais como ferramentas, máquinas e elevadores para veículos a um preço abaixo do mercado, já que seriam produtos de apreensão feitas pela polícia.
Os estelionatários exigiam um depósito de adiantamento que variava de R$ 2 mil a R$ 5 mil, para a liberação dos equipamentos.