Um currículo com 20 anos e oito meses de serviços à Polícia Militar, sem nunca antes ter sofrido
reclamações de superiores ou ao menos detenção por qualquer motivo que seja.
Essa é a trajetória do subtenente Silvio César Molina Azevedo, que segundo o comando-geral da corporação, apesar de ser de Mundo Novo, está lotado no batalhão de Eldorado.
De acordo com o Portal da Transparência do Governo do Estado, Molina, seu nome de guerra, seu salário atual na PM é de R$ 10.145,40. Em nota, o Comando-Geral disse que o subtenente está preso na delegacia da Polícia Federal de Naviraí e, após os trâmites legais, será conduzido por equipe da PM ao Presídio Militar Estadual, em Campo Grande, onde permanecerá à disposição da Justiça.”
Molina foi apontado pela Polícia Federal como o chefe da quadrilha considerada como uma máfia na região Conesul de Mato Grosso do Sul e que abasteciam facções criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC) com drogas em todo País. Até agora, 21 pessoas foram presas na Operação “Laços de Família”.
Segundo a PF, o esquema tinha em seu núcleo uma família de Mundo Novo e as suspeitas começaram a surgir pela forma luxuosa que integrantes viviam em uma cidade de 18 mil habitantes e com salários “oficiais” comuns. Molina e outros integrantes andavam em carros que chegavam a valer R$ 500 mil.
Hoje a Polícia Federal cumpriu 21 dos 22 mandados de prisão expedidos pela Justiça. As equipes continuam na rua em busca do último integrante.
De acordo com o delegado Nilson Zocaratto, de Naviraí e responsável pelas investigações, foram 15 presos em Mato Grosso do Sul e o restante nas cidades de Aparecida de Goiás (GO), Astorga (PR) e Presidente Bernardes (SP).
Dos 15 presos no Estado, sete vão para o Presídio Federal, por conta da periculosidade, um para o presídio militar e o restante para o Presídio Estadual. Ao todo, além das prisões, 25 imóveis foram sequestrados, sete helicópteros, 136 veículos e 27 toneladas de maconha foram apreendidos na operação de hoje.
Durante coletiva de imprensa, o delegado ainda explicou a forma de ação da quadrilha. Eles puxavam a droga do Paraguai por vias terrestres, geralmente em caminhões, escondiam em propriedades rurais da região Conesul e passavam para todo país.
Os pagamentos eram em dinheiro e algumas ocasiões, em jóias, pois uma das empresas de fachada era uma loja de bijuterias. “Uma das ocasiões a gente flagrou uma entrega que seria feita de helicóptero que só em joias eram R$ 80 mil e mais R$ 300 mil em espécie”, explicou Zocaratto.
Participaram da coletiva também o superintendente regional da PF em Mato Grosso do Sul, Luciano Flores de Lima, e o auditor fiscal da Coordenadoria de Pesquisa e Investigação (Copei) da Receita Federal, José Maria Nogueira.
correiodoestado.com.br