A defesa do ex-governador de Mato Grosso do Sul, André Puccineli (MDB), do filho dele, André Puccinelli Júnior, e do advogado João Paulo Calves, deve entrar ainda neste domingo (22) com pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal (TRF-3).
Mandados de prisão preventiva foram cumpridos na sexta-feira (20), após representação do Ministério Público Federal, por suspeita de que esquemas de lavagem de dinheiro continuam em operação, mesmo após prisões de outros envolvidos na operação Lama Asfáltica.
O trio passou o fim de semana no Complexo Penitenciário, localizado no Jardim Noroeste, em Campo Grande. Segundo o advogado de defesa de Calves, André Borges, seu cliente está no presídio Militar de Trânsito e os demais estão no Centro de Triagem.
Na tarde de hoje, Borges foi até os locais visitar os clientes e disse ao Correio do Estado que ele e advogado de André e do filho, Renê Siufi, irão pedir a liberdade com os recursos de revogação da prisão, com o juiz federal em Campo Grande, e com habeas corpus em São Paulo, no TRF-3.
“Distribuímos hoje no sistema eletrônico do TRF um habeas corpus, mas só vai ser procedida a distribuição amanhã cedo. A decisão vamos fazer para que saia amanhã. Resumidamente, estamos confiantes com um resultado justo do judiciário”, destacou.
A reportagem tentou contato com Renê Siufi, mas o advogado não retornou as ligações e não respondeu as mensagens encaminhadas.
ANÁLISE DOCUMENTOS
André Borges disse ao Correio do Estado que a defesa analisou as 131 páginas do documento que determinou a prisão e que, segundo ele se resumem a três fatos.
“Um deles é uma operação realizada em uma quitinete, que é uma prova obtida de maneira totalmente ilegal, porque não tinha mandando nem autorização do locatário [André Puccinelli Júnior]”, disse Borges.
Ainda segundo o advogados, os outros dois fatos seriam o pagamento de uma perícia, feito pelo Instituto Ícono, também de propriedade de Puccinelli Júnior, ao Instituto de Perícias, que o MPE alega que seria para outro investigado na operação. No entanto, Borges afirma que o pagamento foi uma prestação de serviço ao Instituto. “Nós temos contrato para provar isso”, afirmou.
O terceiro fato que levou ao pedido de prisão é a contratação de uma advogada, feita por Calves que, na representação, MP afirma que foi utilizado dinheiro do instituto de forma ilegal. A defesa alega que, como ele é o único sócio do Instituto Ícone, tinha autorização para realizar a contratação.
“Estamos entrando com esse pedido ainda hoje no Tribunal Regional Federal, pois as prisões são ilegais”, finalizou o advogado.
Também compareceu ao Centro de Triagem para visitar os detidos o presidente do MDB jovem,Wellison Mucchiutti.
“Viemos nos solidarizar pelo André, como já fizemos em vídeo e emitimos nota sobre os motivos da nossa indignação contra essa decisão. Uia decisão dessas às vésperas da convenção do partido, o que para nós é muito estranho”, disse ao Correio do Estado.
PRISÕES
As novas prisões foram motivadas pela suspeita de continuidade de esquema de lavagem de dinheiro. De acordo com a decisão, mesmo após a deflagração da operação Lama Asfáltica e prisão de diversos envolvidos, o esquema criminoso segue operante e a lavagem de dinheiro “se aperfeiçoou no benefício de seus integrantes”.
Está já é a terceira vez que o ex-governador entra na mira da PF, no âmbito da Operação Lama Asfáltica. Em 2016, foi alvo de busca e apreensão e, em novembro do ano passado, ele e o filho foram presos na Operação Papiros de Lama, desdobramento da Lama Asfáltica, responsável por investigar organização criminosa envolvida com desvio de recursos públicos.
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