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CHURRASCARIA

Fazendeiro de MS deixou de ganhar R$ 27,3 mil para escrever nome de Bolsonaro na plantação

Em 25 de maio, o fazendeiro Gabriel Basso respondeu a mensagem no Instagram: “Positivo, é real e não é a única. Tem mais uma”.

No meio rural, as imagens proliferaram por quilômetros. Deixaram os pastos de Sidrolândia e Maracaju, em Mato Grosso do Sul, para virar hit no interior de São Paulo.

Aos 33 anos, Basso e seu irmão decidiram fazer a homenagem ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro, do PSL, nas fazendas Engenho 2 e Estância Gaúcha, que pertencem à família, ao se identificarem com as propostas de armamento e de corte de direitos a índios e quilombolas, por exemplo.

“Dos que tão aí, Bolsonaro é o que a ideia mais bate com a da gente”, disse o fazendeiro. “A gente vê que ele é um cara que tem a mesma indignação que a gente”, continuou. “A classe produtora do país precisa de alguém mais sério. Tirar direito e começar a colocar deveres. A classe produtora tem um milhão de obrigações”.

Dono de oito fazendas de soja, milho, algodão e pecuária, no fim do ano passado Basso mandou programar as plantadeiras para que deixassem de semear determinados espaços do terreno. De um drone, fotografou o resultado: a expressão “Bolsonaro 2018” ocupou 3 hectares em duas plantações da família em Sidrolândia e Maracaju.

Em troca do agroglifo, o fazendeiro deixou de ganhar quase R$ 30 mil com o milho e a soja que teriam brotado no lugar das letras garrafais. Postada no Instagram do presidenciável em 15 de julho sob a legenda “Obrigado pela confiança, amigos produtores de Sidrolândia – MS!”, a fotografia ganhou 118 mil likes.

O desenho foi feito no aplicativo Trackmaker e depois transferido para o software Apex instalado nos tratores da marca americana John Deere. O pai de Basso, Ari Basso, chegou à região em 1972. Hoje tem 20 máquinas agrícolas, entre plantadeiras, colheitadeiras e tratores.

Gabriel programou as plantadeiras para distribuir sementes em todo o terreno, menos na área que havia desenhado no Trackmaker. A princípio, fez dois desenhos, em plantações de soja que totalizavam 3 hectares. Depois, no mesmo local, mas desta vez plantando milho, refez os mesmos desenhos, totalizando mais três hectares.

Na colheita, uma plantação de milho rende até 140 sacas por hectare, cada uma é vendida por R$ 30. Com a soja, o rendimento é de 70 sacas por hectare – e cada uma sai por R$ 70. Os 3 hectares de milho, portanto, renderiam R$ 12.600 ao fazendeiro, enquanto os 3 hectares de soja lhe garantiriam mais R$ 14.700.