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CHURRASCARIA

Com salário de R$ 1,3 mil, trabalhador rural era dono de fazendas e empresa no exterior

O trabalhador rural Romilton Rodrigues de Oliveira, 60 anos, era dono de fazendas, tinha empresa no exterior e ainda movimentou R$ 6,536 milhões, em valores atualizados, apesar de ter salário mensal de R$ 1,3 mil.

Acusado de ser um dos testas de ferro do empresário João Roberto Baird, o Bil Gates Pantaneiro, ele teve a prisão preventiva decretada na Operação Computadores de Lama, denominação da 6ª fase da Lama Asfáltica.

O modesto morador de Costa Rica, podemos dizer, era um milionário disfarçado. De acordo com a PF, ele e a esposa, Casilda Ramona Flores tinham participação na empresa Ganadera Carandá Sociedade Anônima, no Paraguai, e cujas cotas somavam R$ 721.069,49.

Oliveira tinha conta no banco espanhol BBVA (Banco Bilbao Viscaya Argentaria), no Paraguai, onde movimentou US$ 1,059 milhão – o equivalente a R$ 4,119 milhões na cotação desta terça-feira. O dinheiro acabou sendo repatriado ao Brasil pela organização criminosa graças a nova lei aprovada pelo Congresso Nacional.

Entre 2009 e 2011, o patrimônio do trabalhador rural seguiu modesto. Foram identificados depósitos de Baird na conta corrente do funcionário, como R$ 40 mil em 2010 e R$ 80 mil em 2011.

Somente no final de 2016, o trabalhador rural fez retificação na declaração do Imposto de Renda de 2012 e incluiu ações na Ganadeira Carandá, no Paraguai, onde detinha 10% das ações e a esposa outros 51%. Em 2015, o Bil Gates Pantaneiro declarou ter ações na companhia, mas declarou possui R$ 1,9 milhão.

Em 2012, Romiton ganhou uma fazenda de 130 hectares do pai, Manoel Rodrigues Queiroz, fazendo com que o seus bens saltassem de R$ 23,6 mil para R$ 617,8 mil.

No ano seguinte, conforme a investigação, ele comprou três imóveis por R$ 1,075 milhão, apesar de só ter declarado renda de R$ 80 mil. Assim como já foi apontado em outras fases da Lama Asfáltica, os integrantes da suposta organização criminosa possuem o milagre da multiplicação do dinheiro, uma mágica desconhecida dos demais mortais.

Os auditores da Controladoria Geral da União encontraram depósito de R$ 100 mil do empresário Antônio Celso Cortez, da PSG Informática, para Aldo Pereira de OIiveira, vendedor de uma das fazendas para Romilton.

Outra curiosidade é a venda de outro imóvel. Vilmar Pereira de Oliveira, que teria feito a transação, ganhou da prefeitura de Costa Rica, administrada na época pelo irmão de Baird, Jesus de Queiroz Baird (MDB), imóveis para construção de casas populares.

Vilmar teria comprado o imóvel, no valor de R$ 400 mil, de Walter Pereira Oliveira, que, pasmem, estava inscrito em programa social do Governo federal e recebia R$ 788 por mês.

Em 2015, já rico assumido junto ao fisco, Romilton movimentou R$ 1,5 milhão entre créditos e débitos, conforme o despacho do juiz substituto Sócrates Leão Vieira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande. Naquele ano, ele fez uma grande compra de bois de João Roberto Baird, mesmo não tendo condições oficiais para fazer a aquisição.

“Conclui a Receita Federal estar fortemente demonstrado que Romilton Rodrigues Oliveira é um ‘testa de ferro’ de João Roberto Baird”, destaca o magistrado.

Além da prisão preventiva do empresário e do suposto laranja, o juiz decretou o sequestro de R$ 6,536 milhões de Oliveira, referente aos R$ 4,116 milhões repatriados e mais os R$ 721 mil das ações na empresa Paraguai. O valor bloqueado é o atualizado e corrigido.

Baird teve R$ 8,4 milhões bloqueados pela Justiça. Ele já foi preso em outras ocasiões, mas corre o risco de permanecer atrás das grades devido ao atual cenário, onde o ex-secretário Edson Giroto está detido há seis meses e enfrenta dificuldades para deixar a prisão.

O ex-governador André Puccinelli (MDB) também enfrenta dificuldades para deixar o presídio, onde está desde 20 de julho deste ano.

 

OJACARE.COM.BR