Preso na Operação Computadores de Lama, 6ª fase da Lama Asfáltica, o empresário Antônio Celso Cortez, dono da PSG Tecnologia Aplicada, tem contratos milionários com a administração estadual.
A Polícia Federal suspeita de direcionamento na licitação realizada pela atual administração para beneficiar a companhia.
Conforme o Portal da Transparência, a gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB) pagou R$ 230,7 milhões para a PSG entre 2015 e este ano. O maior valor foi desembolsado em 2016, ano das eleições municipais, quando foram pagos R$ 69,715 milhões, 33% superior ao desembolsado no ano anterior (R$ 52,3 milhões).
Fundada em 1994, a empresa pertence a Antônio Celso Cortez, preso nesta terça-feira junto com o ex-secretário estadual adjunto de Fazenda, André Luiz Cance, o empresário João Roberto Baird, o Bil Gates Pantaneiro, e o pecuarista Romilton Rodrigues Oliveira. A prisão preventiva foi decretada pelo juiz substituto Sócrates Leão Vieira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande.
Eles são acusados de integrar organização criminosa para fraudar licitações, desviar recursos públicos e ocultar patrimônio. O magistrado ainda determinou a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico de Cortez.
Conforme despacho do juiz, a PF suspeita de direcionamento na licitação realizada em 2012 pela Secretaria Estadual de Fazenda. Na época, o contrato foi assinado por Cance.
O mesmo esquema teria se repetido em 2015, suspeita a PF, já na gestão tucana. Para classificar a PSC, o então superintendente de Tecnologia da Informação, Alessandro Menezes de Souza, suspendeu o pregão duas vezes para emitir o parecer que desclassificou a Ábaco Tecnologia.
De acordo com os auditores da Controladoria Geral da União, para dar o aval à proposta da PSG, ele não gastou nem 10 minutos. Alessandro chegou a substituir Sérgio de Paula na articulação política em março de 2017, quando o governador acabou com a Casa Civil.
No relatório encaminhado à Justiça, o Ministério Público Federal destaca que Cortez doou R$ 300 mil para a campanha eleitoral de Reinaldo em 2014.
O juiz negou o pedido para cumprir mandados na casa de Alessandro. Em despacho, Vieira destacou que a CGU reconheceu não ter tido acesso aos documentos apresentados pela Ábaco. Contudo, o magistrado destacou que é importante aprofundar a investigação para comprovar se houve direcionamento.
Entre 2012 e 2014, na gestão do ex-governador André Puccinelli (MDB), o Governo estadual repassou R$ 128 milhões para PSG. O emedebista está preso desde 20 de julho deste ano na Operação Lama Asfáltica. Além de ser acusado de ser chefe da organização criminosa, ele responde por ocultação de provas e de manter as práticas criminosas de lavagem de dinheiro por meio do Instituto Ícone Ensino Jurídico.
Cortez também é citado na delação premiada da JBS como um dos nomeados para receber propina paga em troca de incentivos fiscais.
Ele também foi preso na Operação Vostok, que apura o suposto pagamento de R$ 67,7 milhões em propinas para o governador Reinaldo Azambuja.
Só o valor pago a Cortez pela atual administração representa o valor do prêmio da Mega-Sena da Virada.
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