O segundo sargento da Polícia Militar Ricardo Campos Figueiredo, 42 anos, foi condenado a 18 anos, 10 meses e 11 dias de prisão em regime fechado.
O ex-motorista do governador Reinaldo Azambuja (PSDB),que tinha cargo de confiança na Governadoria quando foi preso na Operação Oiketicus, foi condenado por corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A sentença de Ricardo foi definida na tarde desta segunda-feira pelo juiz Alexandre Antunes da Silva, da Auditoria Militar Estadual. O Conselho de Justiça o considerou culpado por unanimidade pelos crimes de continuidade delitiva e corrupção passiva. Por maioria, 4 a 1, o condenou pelos crimes de lavagem de dinheiro.
Além da pena de 18 anos e 10 meses, o magistrado determinou a sua exclusão da Polícia Militar. Ou seja, quando o caso transitar em julgado, ele perderá o salário de R$ 8 mil como 2º sargento.
Conforme a denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), Ricardo teria recebido R$ 500 mil em propina entre 2015 e 2018 para dar cobertura à Máfia do Cigarro. Com salário de R$ 16,3 mil, ele andava em carro de luxo e planejava construir uma mansão de R$ 1,5 milhão em uma chácara em Campo Grande.
Para ocultar os bens, ele usava o nome do filho e de um amigo, conforme a investigação do Ministério Público Estadual.
O segundo sargento, que teve pedidos de habeas corpus negado até pelo Superior Tribunal de Justiça, não poderá recorrer em liberdade contra a sentença. Ele teve novo pedido de liberdade negado na semana passada pelo juiz Alexandre Antunes da Silva.
Ricardo ocupava cargo de confiança na Secretaria de Governo desde o início da gestão de Reinaldo e sempre era designado para ser o motorista do governador. Ele chegou a ser beneficiado com uma decisão do Comando da Polícia Militar que anulou nove punições disciplinares em uma única reunião.
Desde que ingressou na PM, ele foi promovido três vezes por atos de bravura, sendo duas promoções na gestão tucana.
Logo após a prisão do 2º sargento, o governador o exonerou do cargo e determinou a abertura de sindicância que pode levar à expulsão da corporação.
Antes de ir ao segundo julgamento, previsto para amanhã, Ricardo Campos Figueiredo já obteve a maior sentença da Operação Oiketicus.
Como o processo ocorre em sigilo, não foi possível ter a posição da defesa do militar sobre as acusações.
No casa da obstrução de Justiça, ele negou que tenha destruído os aparelhos e diz que os danos foram causados pela esposa no dia anterior ao cumprimento dos mandados de busca e apreensão pelo Gaeco.
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