Operador do PMDB, o economista Lúcio Bolonha Funaro revelou, em delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal, que repassou R$ 1 milhão ao empresário Ivanildo Miranda da Cunha a pedido do empresário Joesley Batista, dono da JBS.
Além deste pagamento, ele revelou que o empresário, que foi operador das campanhas do ex-governador André Puccinelli (PMDB) e Reinaldo Azambuja (PSDB), recebeu R$ 1,5 milhão em propina do Marfrig, que pagou a vantagem indevida por ter obtido o financiamento de R$ 350 milhões junto à Caixa Econômica Federal.
Na delação. Funaro contou que Ivanildo ainda rachou a propina de R$ 9 milhões, paga por Marcos Molina, dono do frigorífico, junto com ele, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha e os ex-ministros, Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima.
A nova revelação consta dos áudios divulgados pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.
Em um dos anexos, Funaro contou que foi procurado por Joesley, que estava sem dinheiro para entregar ao empresário sul-mato-grossense. Na ocasião, o dono da JBS teria dito que Ivanildo era o responsável por toda a parte de isenção, compensação tributária e todos os assuntos envolvendo o grupo na Secretaria Estadual de Fazenda.
Graças a influência do empresário, ele tinha obtido isenções fiscais para as unidades do grupo no Estado. Só Reinaldo concedeu benefícios de R$ 1 bilhão em dezembro de 2015 em troca do pagamento de R$ 38,4 milhões em propinas, de acordo com delação da JBS.
O gasto com Ivanildo consta da planilha de Funaro com a JBS, que somava R$ 144 milhões. Ele disse que a empresa ficou lhe devendo R$ 1,4 milhão, que ele preferiu não pegar porque não tinha onde por o dinheiro.
Como Joesley tinha facilidade para viabilizar o dinheiro, caso precisasse, ele fez a opção de deixar o valor como crédito.
Funaro citou o dono do Marfrig como exemplo da eficiência dos empresários da JBS em honrar os acordos. Para pagar a propina de R$ 10,5 milhões pelo financiamento de R$ 350 milhões, o grupo levou cinco meses.
A JBS não levou uma semana para pagar a propina referente ao financiamento de R$ 1 bilhão autorizado pela Caixa. “Não demorava nem um segundo”, enfatizou o delator.
Michel Temer veio ao Estado agradecer propina de R$ 32 milhões em 2012
O delator Lúcio Funaro revelou que o presidente Michel Temer (PMDB) veio ao Estado para a inauguração da Eldorado Celulose como um gesto de agradecimento pela propina de R$ 32 milhões.
A J&F Investimentos, controladora da JBS, conseguiu financiamento de R$ 1 bilhão graças ao empenho do grupo criminoso chefiado por Cunha e Temer.
Em troca da liberação do dinheiro, a empresa pagou a propina milionária, que teria sido dividida, ema gosto de 2012, entre Cunha, Temer e Henrique Alves.
Na época, Temer aceitou substituir a presidente Dilma Rousseff (PT), que alegou ter outro compromisso para não participar da festa.
fonte ojacare