Pacientes renais de Ribas do Rio Pardo enfrentam uma dupla dificuldade quando vêm a Campo Grande fazer hemodiálise: as quatro horas na máquina para filtrar o sangue e a ida e volta em uma van com o ar-condicionado quebrado há pelo menos um ano. A denúncia já é conhecida na cidade que fica a 80 km da Capital, mas até hoje não ganhou uma solução.
A denúncia é da dona de casa Cléa de Souza Carlos, 33 anos, acompanhante de uma idosa de 60 anos. Ela conta que os pacientes – cerca de 12 – saem de madrugada em direção a Campo Grande e enfrentam 1h30 de viagem.
”Desde quando comecei a acompanhar minha mãe, o ar-condicionado está com defeito”, garante Cléa.
Os pacientes e acompanhantes voltam para Ribas por volta do meio-dia – horário mais quente do dia. A filha supõe que a sensação térmica no veículo lotado é de 40º C.
”Eles [pacientes] são bastante vulneráveis e reclamam demais dessa situação. A maioria é idosa, com diversos problemas de saúde”, desabafa a denunciante.
Ainda segundo a denúncia, vez em quando a van vai para oficina para reparos mecânicos e com ordenamento para consertar o refrigerador, mas sempre retorna com o mesmo problema.
Cléa diz ter ido à Câmara Municipal e conseguiu ajuda de uma vereadora para interceder junto à Secretaria Municipal de Saúde, onde a titular da pasta é Helenice Falcão. No entanto, todas as promessas de reparo não foram cumpridas.
Resposta
O responsável pela manutenção dos veículos da Secretaria da Saúde de Ribas do Rio Pardo, Livino Paniago, 33 anos, disse que as denúncias não procedem. Ele explicou que o defeito no ar tem apenas quatro meses e não um ano. Também que o problema atinge somente a parte traseira do veículo e o ar condicionado da frente não tem problemas.
Livino destacou que a van foi para conserto em Campo Grande, mas que a oficina teria devolvido o veículo diante de pressões de pessoas que não aceitavam que a prefeitura fretasse ônibus para levá-los para a Capital e também teriam ameaçado denunciar a empresa ao Ministério Público.
Ainda segundo o funcionário, a van está autorizada a ir para o conserto nos próximos dias e enquanto isso outra van, recém adquirira pela prefeitura vai transportar os pacientes.
Outro caso
O TopMídiaNews já denunciou caso semelhante, mas em Porto Murtinho. Pacientes renais tinham de dividir a van da Saúde com caroneiros e sacoleiros.
Acompanhantes de pacientes, que enfrentam cerca de seis horas de viagem, não podiam ir, já que parte do espaço era destinado a mercadorias dos sacoleiros.
A Secretaria de Saúde de Murtinho negou as acusações e disse que não havia nenhuma reclamação formalizada no órgão.
TopMídiaNews