Mato Grosso do Sul fechou dezembro com queda média de 13% na arroba do boi gordo. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o preço que em novembro oscilava em torno de R$ 220 terminou 2019 em R$ 190. Além de ter ficado alguns pontos porcentuais atrás do recuo nacional de 15%, ainda não refletiu de forma significativa nos açougues.
Lucas Faustin é dono de uma casa de carnes na Rua da Lira, Vila Carlota. Ele conta que por lá os consumidores comprarão os cortes com redução um pouco mais acentuada nos preços apenas na semana que vem.
“A cidade deve voltar ao normal mesmo no dia 6, digamos assim. Como tivemos a virada de ano nesta semana, os frigoríficos seguram um pouco os valores porque ainda há demanda de consumo até domingo porque ainda há quem esteja de recesso”, afirma o empresário.
Ele disse que desde segunda já houve redução que não foi suficiente para mexer no painel do açougue. No estabelecimento de Faustin, as carnes de primeira, como alcatra, contrafilé, coxão mole, coxão duro e patinho variam de R$ 28 a R$ 34,50 o quilo. Já os cortes de segunda, como costela, capa de contrafilé, miolo da paleta e a ponta de costela saem de R$ 14,99 a R$ 32,50 o quilo.
Joao Joanoni Pedreiro, proprietário de um açougue na Rua Ana Luísa de Souza, afirma ter baixado o preço dos produtos e acredita que os preços devem cair ainda mais até o fim do mês, embora não cheguem novamente ao que eram no começo de 2019.
“O movimento devido ao preço alto diminuiu e isso reflete na prática, mas o que deve fazer a carne ficar mais barata é a oferta de animais no campo”, disse ao Correio do Estado.
Segundo ele, os cortes, tanto de primeira quanto de segunda, tiveram queda de 5% a 6% no estabelecimento. O músculo, que é o mais barato no local e costuma ser vendido moído, está saindo por R$ 15,90. Já a alcatra, corte mais caro, é vendida por R$ 29 o quilo.
VARIAÇÃO
No Brasil, a arroba do boi gordo estava cotada em R$ 180 na segunda-feira (30). No início de dezembro, o valor chegou a R$ 216. Conforme o MAPA, esse recuo interrompe a alta de 28,5% contabilizada ao longo dos últimos seis meses nos principais mercados do país.
O órgão reconhece que, para o consumidor, a redução dos preços deverá ser sentida nas próximas semanas, com a renovação de estoques por parte dos supermercados. Na última semana, já foi observada queda no valor de cortes de traseiro, que têm cotações mais elevadas e mais sensíveis às variações de demanda. Um exemplo é a alcatra que teve a maior desvalorização, com 4,5% de queda no preço nos últimos sete dias.
A tendência é que os preços se estabilizem nessa faixa. Eles não devem voltar a ser o que eram em janeiro do ano passado e tampouco há margem para aumentos futuros.
/Correio do Estado