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Cabo da PM comete suicídio em Paranaiba

A morte de mais um policial militar vítima da depressão é motivo de alerta para a corporação em Mato Grosso do Sul. Nesta sexta-feira (27), cabo da PM cometeu suicídio aos 32 anos, na cidade de Paranaíba. Nos últimos cinco meses, pelo menos três policiais tiraram a própria vida no Estado.

De acordo com o presidente da ACS (Associação de Cabos e Soldados da PM e BM do Estado), Edmar Soares, o policial vinha sendo acompanhado pela corporação em razão da depressão. Tanto que nos últimos dias precisou entregar a arma ao comando da PM.

O cabo chegou a ficar internado em Campo Grande e o fim de um relacionamento teria deixado o policial em “um quadro profundo de depressão”, segundo o presidente da associação que representa policiais.

A partida repentina do policial, que lutava há meses contra a depressão, surpreendeu amigos e parentes, principalmente pelo fato do policial ter passado por pelo menos quatro faculdades e ser formado até em psicologia. O cabo da PM era formado nos cursos de Administração e Psicologia e cursava Direito e Ciências Sociais.

Na página do PM nas redes sociais, dezenas de amigos fizeram questão de homenagear o policial e o fato gerou até debate relacionado à doença silenciosa que mata cada vez mais em todo Brasil.

Dados recentes da OMS (Organização Mundial da Saúde) revelam que a taxa de suicídio entre homens no Mato Grosso do Sul é maior do que a média nacional. Enquanto no Brasil a taxa é de 8,7 a cada 100 mil habitantes, o Estado o número é 13,3. No ano passado, só em Campo Grande uma pessoa tentou tirar a própria vida a cada 10 horas, de acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública).

Quando o assunto é depressão entre policiais militares, a ACS afirma que há esforços tanto da corporação quando da associação para que a saúde mental dos policiais esteja entre as preocupações na rotina.

“Nós precisamos criar a cultura de que o colega cuide do outro colega. Quem está mais próximo no dia-a-dia às vezes é o mais capaz para identificar algum problema. Tristeza e agitação não podem ser normais”, afirma Edmar.

Ainda conforme a associação, assim que um problema é identificado, há uma movimentação da ACS junto à PM para que o profissional seja atendido pelo plano de saúde dos servidores estaduais, a Cassems, o mais rápido possível. No caso do cabo Paulo, o acompanhamento foi realizado e até a arma do PM foi recolhida, mesmo assim, mais uma morte não foi evitada.

Nos últimos cinco meses, pelo menos três policiais cometeram suicídio no Estado. Um dos casos aconteceu em Campo Grande e vitimou PM lotado no Batalhão de Guarda e Escolta. O suicídio aconteceu na casa do policial, no bairro Taquarussu. Outro caso também registrado em maio envolveu um subtenente da PM em Três Lagoas. Ele fazia um tratamento contra o câncer.

Aliny Mary Dias – midiamaxnews