Conforme a denúncia, ele ajudava o filho do policial, Jefferson Henrique Piovezan Azevedo Molina, nas aquisições de bens para ocultar o dinheiro obtido por meio do tráfico de drogas para as regiões Sudeste e Nordeste do País. Jefferson não foi denunciado porque foi assassinado no decorrer da investigação.

 

“Vem descrito que JEFFERSON adotava um estilo mais cauteloso ao telefone para tratar sobre a traficância, privilegiando encontros pessoais e viagens para realizar as negociações, tendo sido identificadas pelos investigadores diversos deslocamentos à região do Guarujá/SP para encontros com FELIPE, e para a região Nordeste e para o Paraguai para tratar do tráfico de drogas”, pontuou o magistrado.

 

A quebra do sigilo bancário revelou movimentações financeiras expressivas de Felipe e sua empresa de transporte aéreo. De acordo com a Polícia Federal, foram R$ 3 milhões em cinco anos, a maior parte vinculada a pessoas não identificadas, com depósitos significativos em espécie.  “Deste total, mais de R$ 500.000,00 vieram de Mundo Novo/MS, em dinheiro vivo”, frisa o juiz.

 

“(O MPF) também ressalta a habitualidade de FELIPE e suas empresas em realizar grandes pagamentos e depósitos de dinheiro em espécie, e a grande quantidade de bens adquiridos por ele e por suas empresas sem contrapartida nas movimentações bancárias, indicando que as aquisições teriam sido pagas por terceiros. Para a acusação, tudo se soma para demonstrar a origem dos bens no tráfico de drogas”, diz.

 

Felipe teria usado o nome da mãe para ocultar uma aeronave, conforme a investigação. Ele já foi condenado por tráfico de cocaína pela Justiça do Ceará.

 

O juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira manteve o piloto entre os réus que vão ter o julgamento iniciado no próximo mês em Campo Grande.  O processo deve ser longo, porque são 19 réus e a maior parte segue presa.

 

A Operação Laços de Família desarticulou suposta organização criminosa milionária e poderosa que articulava a partir de Mundo Novo, na fronteira com o Paraguai. O grupo ainda dava apoio ao PCC (Primeiro Comando da Capital), a facção criminosa que surgiu nos presídios paulistas. A quadrilha tinha mega estrutura, que incluía 10 empresas, sete helicópteros e a utilização de 50 “laranjas” para lavar o dinheiro do tráfico de drogas e armas.