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Dengue avança e MS está prestes a decretar epidemia, alerta gerente técnica da saúde

Com o avanço da dengue, a Secretaria de Estado de Saúde Mato Grosso do Sul (SES) já está buscando alternativas para se preparar contra uma próxima epidemia, segundo informou a gerente técnica de  influenza e vírus respiratórios da SES, Livia de Mello Almeida Maziero.

Segundo a especialista, existe uma preocupação nos casos de notificações e também de óbitos. “Temos grandes chances de decretar epidemia de dengue nos próximos dias. É um risco que nós corremos, é um alerta”, disse.

A doença causada pelo mosquito Aedes aegypti já fez 11 vítimas em menos de dois meses no Estado. A última morte registrada foi de um menino de nove anos.

De acordo com o Boletim Epidemiológico do Estado, os casos notificados de dengue, em 2020 (9.053), quase chegam ao total de casos em 2018 (10.765). Isso porque ainda estamos no início do segundo mês do ano. Em 2019 foram registrados 75.449 casos. O recorde de notificações foi em 2013, atingindo 99.748 casos registrados no Estado.

Segundo Maziero, a secretaria está propondo aos municípios uma padronização do manejo clínico dos pacientes em casos mais graves de dengue para melhorar o atendimento à população. “Muitas vezes, os profissionais da saúde estão atendendo pacientes com vários problemas ao mesmo tempo, e não conseguem fazer o manejo correto dos casos de dengue”, disse.

Para o secretário de saúde Geraldo Resende, o manejo clínico precisa ser bem executado. “Inclusive há uma resistência na classe médica que não segue os protocolos, precisamos entender que precisamos ter uma padronização, conforme o próprio Ministério da Saúde orienta. Estamos reforçando aos municípios fazerem seus mutirões de limpeza e colocar suas equipes a campo, porque não é normal, incomoda todos nós saber que em Mato Grosso do Sul onze pessoas vieram a óbito em janeiro e fevereiro desse ano e prenuncia superar o contitavivo de óbitos que tivemos no ano passado com uma doença que se combate com a colaboração de todos”, destacou Resende.

Um exemplo do modelo de manejo clínico já está funcionando em Corumbá. Segundo a gerente, lá os pacientes com casos suspeitos de dengue são encaminhados até um anexo ao hospital onde recebem hidratação e cuidados adequados. “Assim, os profissionais do pronto-socorro atendem os demais problemas e os profissionais dessa central focam só com cuidado de pacientes com a doença”, explicou.

Segundo o secretário de saúde do município de Corumbá, Rogério dos Santos Leite, o atendimento ao paciente vai além da unidade. “Se ele é liberado, volta no dia seguinte para ser reavaliado, os agentes de saúde também vão à casa do paciente para saber como ela está, é uma forma de não perder o paciente ”, disse Leite.

 

Correio do Estado