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CHURRASCARIA

Estradas Estaduais em situação de calamidade pública trazem transtornos para a região norte de MS

Com ou sem asfalto, a região norte tem sofrido com a situação de suas estradas estaduais. São centenas de quilômetros que ligam os principais eixos do agronegócio na região que estão com extrema dificuldade de escoamento na produção. Além disso, os constantes acidentes tem tornado as vias perigosas e de difícil acesso, atrapalhando a vida de quem precisa das estradas não só para produzir, mas também para se deslocar.

Promessa – Sete anos de asfalto na estrada estadual MS 346, e a realidade continua praticamente a mesma para os produtores da região de Camapuã à Figueirão em Mato Grosso do Sul. Buracos e trechos intransitáveis por toda estrada.

“São muitos buracos na pista o que impede o trafego de uma maneira geral, para nós que passamos quase que diariamente pela estrada, como para os ônibus e caminhões que levam a produção e trazem os insumos para as fazendas. É uma situação complicada, pois se não tomarmos cuidado o risco de acidente é grande”, diz indignado o produtor rural Antonio Silvério.

Os produtores rurais locais, representados pela União dos Sindicatos Rurais da Região Norte de MS – entidade que reúne treze dos sindicatos rurais da região com intuito de fortalecer as demandas da região – já entregaram ofício junto a governadoria e até o momento pouco foi feito. Segundo o presidente do Sindicato de Camapuã e também presidente da união desses sindicatos, Saturnino Pereira, o próprio governador passou pela estrada no final de setembro do ano passo e prometeu fazer a intervenções necessárias.

“Dois acidentes gravíssimos já ocorreram nesse trecho da 346, fora a questão dos caminhões que tem dificuldade e precisam parar em alguns trechos para trafegar. Nossa região é grande produtora de gado de corte e precisa escoar essa produção com frequência. São cerca de 100 km de asfalto e o que temos hoje como promessa é que apenas 8 km serão reformados, o que significa pouco dentro de nossa necessidade”, diz Saturnino.

MS 306, região pouso frio, ao lado um veiculo que teve suas rodas destruidas pelos buracos

Mais buracos – A MS 306 que liga Costa Rica já quase na divisa com Mato Grosso, a Chapadão do Sul e Costa Rica  também está com asfalto precário. Os 200 km da rodovia estadual estão lotados de buracos e a promessa era de uma possível privatização da estrada para que melhorassem as condições de tráfego e diminuíssem os constantes acidentes, mas até o momento nada foi feito.

MS 306, no municipio de Chapadão do Sul

“Tivemos uma promessa no encontro com o Governador em Setembro do ano passado em Figueirão de que os buracos seriam permanentemente recuperados, até vimos o serviço começar agora em março, mas já parou e tá uma peneira. O que não pode é deixar como está, uma estrada tão importante para o MS, onde o motorista corre sério risco de vida”, diz o presidente do Sindicato Rural de Chapadão do Sul, Lauri Dalbosco.

Zero alfalto – Outra estrada Estadual que tem tirado o sossego dos produtores da região norte sul matogrossense é a MS 142, cerca de 100 km que ligam Camapuã ao município de Jaúru pelo interior, passando por São Gabriel do Oeste e Coxim – a chamada região do Areado. Lá mais de mil produtores sofrem com a falta de asfalto e de condições mínimas necessárias de tráfego na estrada.

MS 142

“Não tem cascalhamento correto, a principal ponte que fica a 40km de Camapuã caiu o que impede inclusive a passagem de ônibus escolares, fora as pontes menores que estão prestes a cair. Pagamos o Fundersul em dia e é isso que recebemos em troca, descaso total”, reclama o produtor rural da região, Breno Miranda.

Uma empresa de engenharia está fazendo as reformas da ponte e o cascalhamento da estrada, mas com uma regularidade muita aquém da esperada pelos produtores. “Faz 1 ano e 4 meses que essa ponte caiu, mas faz só 8 meses que começaram a mexer e até agora nada de finalizar, enquanto isso mal chega insumo nas propriedades e o produtor não tem condições de pensar em melhoria de produção ou investir em tecnologia”, explica Breno.

Os cerca de mil produtores da região estão promovendo um abaixo assinado, com apoio do Sindicato Rural da Região Norte, que deve ser entregue ao secretário de obras do Estado.

MS 142 , entre Camapua e São Gabriel

“Queremos somente o que nos é de direito. Sabemos que o Estado possui muitas estradas em situação precária, portanto isso deve ser visto como prioridade pelo governo, pois sem estrada não conseguimos produzir e a economia para”, enfatiza Miranda.

Para o presidente dos Sindicatos da Região Norte do MS, Saturnino Pereira, as estradas são apenas a ponta do iceberg quando o assunto é logística. “Não são só essas três, temos reclamações de praticamente todos os municípios, ou de falta de asfalto ou de problemas com o asfalto, pois são condições mínimas que precisamos para o escoamento da produção e de transporte no campo, se não tivermos o que é o mais simples, imagina questões maiores. Por isso temos que questionar e exigir melhorias”.

  

Mayara Martins
Assessoria de Imprensa