Federação ‘quebra’ toque de recolher para passar jogo ao vivo na TV

O duelo entre Comercial e Costa Rica pela nona rodada do hexagonal do Campeonato Sul-mato-grossense tem um tom especial: pode marcar o título inédito do time do norte do Estado, uma rodada antes do término da competição – a Cobra do Norte precisa vencer ou contar com derrota de Operário e Dourados à tarde.

Contudo, chama a atenção do horário da partida: 21h. Assim, o duelo dessa quinta-feira (20) deve passar do horário definido para o toque de recolher em Campo Grande, 22h, já que uma partida de futebol tem duração aproximada de duas horas. –

Essa é a primeira partida do Estadual disputada no período noturno. Ela estava inicialmente marcada para 19h, mas foi remanejada para ser transmitida ao vivo pela emissora detentora dos direitos de transmissão – já que foi aberto espaço em rede para o primeiro jogo da final do Campeonato Paulista, aqui substituído.

A ‘quebra’ do horário do toque de recolher foi articulado pela própria FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul). Conforme apurado pela reportagem, o presidente da entidade, Francisco Cezário, foi quem iniciou as negociações para que a partida fosse transmitida ao vivo, pois poderia se tratar do jogo do título.

Sem autorização – A reportagem tentou contato com Cezário, mas nenhuma das ligações foram atendidas. Já o vice-presidente da FFMS e diretor de Competições, Marco Tavares, não respondeu aos questionamentos sobre a autorização para quebrar o toque.

Em contato com a Vigilância Sanitária local, órgão responsável por aprovar a realização de eventos nesse período de pandemia, a situação foi questionada e, em resposta, foi dito que nenhuma solicitação nesse sentido foi feita.

“E mesmo que fosse, iria ser indeferida por desrespeitar o decreto do toque de recolher, por não ser serviço essencial. O campeonato em si foi autorizado, no entanto deve se respeitar todos os decretos e medidas de biossegurança. Se ultrapassar às 22h está em desacordo com o que é previsto no decreto”, frisa o órgão.

A assessoria de comunicação da Vigilância Sanitária estadual também foi procurada para saber se houve alguma solicitação desse tipo, mas não soube responder, indicando ainda que tal situação deveria ser resolvida com o município. A reportagem também tentou contato com o presidente do clube mandante, Comercial, mas não obteve êxito.

– CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS