São muitos os reflexos de um conflito da dimensão do que se desenrola na Ucrânia atualmente. Além da crise humanitária, social e política, o componente econômico vem a reboque como consequência desses anteriores. Sansões a um país do tamanho da Rússia, exportador de commodities enérgicas, como petróleo e gás, num mundo de mercado tão globalizado, pode causar uma catástrofe econômica mundial.
O principal efeito já começou. Isso porque os preços de referência globais do petróleo subiram acima de US$ 110 por barril, atingindo um recorde dos últimos oito anos.
Na última semana, a Petrobras afirmou que valorização recente do real frente ao dólar contrabalançava a alta no preço do petróleo, o que ajudava a segurar os preços dos combustíveis praticados por aqui, que seguem os valores do mercado mundial. Isto fez com que a estatal tivesse tempo extra para analisar se as mudanças causadas pela guerra trariam novos aumentos ou se eram eventos pontuais.
Mas até aonde o preço da gasolina pode chegar?
Para o diretor do Sinpetro-MS (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul), Edson Lazarotto, o cenário é de muitas incertezas dada a natureza específica do aumento atual (uma guerra).
“Como o dólar está bastante volátil (caindo), isso tem dado talvez essa condição de até agora os combustíveis não terem sido reajustados, mas é preocupante porque a diferença entre produto interno e importado está defasada em 27%. Portanto, temos que torcer que a guerra acabe e o bom senso da Petrobras continue”, diz Edson.
Para alguns especialistas, no entanto, o patamar de R$ 10 o litro da gasolina não é absurdo, principalmente em algumas cidades. De acordo com levantamento mais atual disponibilizado pela ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o maior preço médio aferido em Mato Grosso do Sul é em Corumbá, de R$ 7,176.
“Particularmente não acredito (que chegue a R$ 10), pode até ter algum reajuste, mas não seria na sua totalidade, pois não podemos esquecer que se isso ocorrer a inflação pode se elevar, pois combustíveis refletem diretamente em todos os setores e também por ser um ano de eleições”, completa Edson.
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