Carne bovina comercializada no varejo de Campo Grande teve alta média de 6,33% entre janeiro e abril deste ano, de acordo com levantamento de preços do Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes), da Uniderp.
A elevação de preços ocorreu mesmo com a baixa demanda pelo produto no comércio da Capital sul-mato-grossense.
Segundo o coordenador do Nepes, Celso Correia de Souza, esse aumento está relacionado ao crescimento das exportações brasileiras de carne in natura e processada, que em abril foi de 56,8%, em comparação com o mesmo mês do ano passado.
Entre os 14 cortes pesquisados pelo Nepes, o quilo do filé-mignon liderou a alta de preços, com aumento de 10,62%, seguido por peito, com 9,56%, costela ripa (8,79%), contrafilé (8,43%) e coxão mole (7,04%).
Em valores médios, o preço do filé-mignon passou de R$ 33,91 para R$ 37,25, enquanto o quilo de peito foi de R$ 15,09 para R$ 16,53. O custo da costela ripa aumentou de R$ 9,91 para R$ 10,78, em média. Já o quilo de contrafilé foi de R$ 24,78 para R$ 26,87, e o coxão mole, de R$ 23,16 para R$ 24,79.
Também apresentaram altas de preço os cortes lagarto (6,96%), alcatra (6,54%), paleta (6,53%), patinho (6,07%), picanha (5,48%), músculo (4,39%), cupim (3,41%), acém/agulha (2,47%) e fígado (2,30%).
Na comparação de valores na passagem de março para abril, nove tiveram alta e cinco baixaram de preços, “indicando que não dá para perceber como será o comportamento de preços da carne bovina nos próximos meses do ano”, avalia o coordenador do Nepes.
VENDAS
O varejo campo-grandense também confirma a alta de preços para o consumidor final, em função principalmente do valor da arroba do boi, que aumentou de 5% a 10% na Capital neste ano. “Teve um aumento de 10% no preço da arroba e há também a forte concorrência entre supermercados e casas de carnes”, explica Ailton Lima, coordenador de uma rede de casas de carne com quatro unidades na Capital.
Depois de uma expansão de consumo no fim do ano, geralmente os primeiros dois meses do ano são de queda, ocorrendo uma recuperação a partir do mês de março. “A nossa expectativa é de manutenção dos preços. Se abrir a exportação para o frango, há uma queda do consumo [interno]. Mas o da carne vermelha não”, avalia.
Entre os cortes com maior predominância na preferência do consumidor, estão os provenientes da parte traseira do boi. “O consumidor vem e quer a carne para bife, mas procura o produto mais em conta”, comentou.
FRANGO
Enquanto a carne bovina ficou, em média, 6,33% mais cara em Campo Grande, os preços da carne de frango tiveram alta média de 7,87% no varejo da Capital no primeiro quadrimestre deste ano. As maiores variações foram para coxas e sobrecoxas (a majoração foi de 42,39% e o valor do produto foi de R$ 8,99 para R$ 12,79); na sequência, o quilo do frango/galinha, que passou de R$ 5,78 para R$ 7,92 (+36,97%). Coxinhas da asa aumentaram, em média, 16,81%, de R$ 11,36 para R$ 13,27, enquanto o quilo do frango congelado teve majoração de 11,68% e saiu de R$ 6,08 para R$ 6,79.
Em contrapartida, quatro cortes de aves apresentaram queda de preços no mesmo período. O quilo do peito de frango recuou 15,54% e foi de R$ 10,04 para R$ 8,48. Também baixou de preço o quilo da moela de uma das duas marcas pesquisadas (-13,38%), de R$ 9,99 para R$ 8,65. Com menores retrações de preço, estão o coração de frango congelado – de um total de três marcas pesquisadas, duas apresentaram redução, respectivamente, de 2,95% (fechando em R$ 22,22) e 1,24% (R$ 23,95).
Conforme o coordenador do Nepes, o avanço das cotações neste início de ano pode estar atrelado ao período pós-quaresma, em que muitos católicos voltam a comer carne de frango e também por conta da proximidade do dia das mães, período em que normalmente aumenta o consumo dessa proteína.
Correio do Estado