A Justiça condenou o vereador Ayrton de Araújo (PT) a pagar indenização de R$ 300 mil pela morte da manicure Célia Abud Almoreno. Por volta das 21h de 28 de setembro de 2014, o petista dirigia um Celta, com a luz apagada, invadiu a contramão ao fazer manobra indevida na Avenida Nasri Siufi e atingiu a motocicleta. Após o acidente, ele não prestou socorro e fugiu do local.
A sentença é do juiz Juliano Rodrigues Valentim, da 3ª Vara Cível de Campo Grande, que determinou o pagamento de R$ 100 mil para cada autor: a filha da vítima, Neirian Crisley Almoreno, a mãe, Odete Marcelo Almoreno, e o esposo, Antônio da Silva.
De agosto deste ano, a sentença condena o parlamentar e a esposa, Kátia Freitas de Araújo, proprietária do veículo.
A ação penal por homicídio culposo contra o vereador tramita na 1ª Vara Criminal da Capital e segue longe de desfecho.
A filha, a mãe e o esposo da motociclista pediram indenização de 200 salários mínimos para cada (R$ 562,2 mil no total) e mais o pagamento de pensão mensal até completarem 73 anos de idade.
Perícia realizada pelo Batalhão da Polícia Militar de Trânsito constatou que o veículo do vereador invadiu a contramão e atingiu a motocicleta conduzida por Célia. Uma testemunha ainda acusou o petista de trafegar com o farol apagado e ainda fazer conversão indevida.
Valentim considerou que há evidências de que a culpa pela tragédia foi de Ayrton. Ele afasta a culpa da vítima, exclusiva ou concorrente. Além de reforçar a imprudência do condutor do automóvel, as evidências não comprovam que a motociclista estava embriagada, como o parlamentar tentou mostrar, porque ela saiu de uma reunião da família onde se consumia bebida alcoólica.
O vereador recorreu contra a decisão e o valor final da indenização deverá ser fixado pelo Tribunal de Justiça.
Ayrton culpa vítima por colisão em avenida
A defesa do vereador Ayrton de Araújo culpa a motociclista Célia Abud Almoreno pela colisão, ocorrida na Avenida Nasri Siufi, prolongamento da Lúdio Coelho no Bairro Coophavila 2. Ele até concorda em pagar indenização de até 40 salários, mas somente a filha da vítima.
Nas esferas criminal e cível, o parlamentar usa a mesma argumentação: a manicure invadiu a contramão e o farol da motocicleta estava apagado.
Sobre a versão da PM, de que ele invadiu a contramão, o parlamentar argumenta que só houve a versão dos amigos da vítima. Após atropelar a moto, ele não esperou o socorro e fugiu.
O petista alega que temia ser linchado por populares e saiu em busca de atendimento médico.
Ele insiste que Célia estava embriagada. Como indício, Araújo aponta que ela tinha voltava de reunião com familiares, onde houve o consumo de bebida alcoólica.
A defesa propôs pagar até 40 salários mínimos, R$ 37,4 mil, para a filha da vítima, e pensão de ¼ da renda mensal até ela completar 24 anos.
Kátia apresentou defesa de que só é proprietária do veículo e não poderia ser condenada a pagar indenização por um acidente causado pelo marido.
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