Moka defende que União pague produtores pela terra nua na desapropriação de terras para indígenas e nega que partido esteja enfraquecido em MS
O candidato a reeleição no Senado por Mato Grosso do Sul, Moka (MDB), afirmou durante entrevista ao Bom Dia MS desta quinta-feira (27) que, se eleito, vai voltar a defender a proposta de que a União pague os produtores rurais pela desapropriação da terra nua nas áreas que são reivindicadas pelas comunidades indígenas.
Moka também negou que o partido esteja sem fôlego para reelegê-lo, depois das prisões e denúncias envolvendo algumas de suas principais lideranças pela suspeita de recebimento de propinas e ainda pela dificuldade de escolha de um candidato ao governo do estado.
Moka participou da terceira entrevista feita pela TV Morena, com os cinco candidatos ao Senado mais bem colocados na última pesquisa Ibope. Assista no vídeo acima. As entrevistas seguem até segunda-feira (1º de outubro) e, abaixo, há o cronograma.
O candidato destacou que nas disputas fundiárias envolvendo produtores rurais e indígenas em Mato Grosso do Sul os dois lados estão certos. De um lado, os produtores, que tem áreas tituladas a dezenas de anos e do outro, os indígenas, que reivindicam áreas que haviam ocupado anteriormente e, por isso, voltou a defender a proposta de que a União faça o ressarcimento aos fazendeiros pela terra nua.
“Eu já tenho uma proposta e até avancei. Nós reunimos na Assembleia Legislativa, todas as etnias, o Ministério Público e todos os envolvidos. A minha proposta, a dívida com a população indígena é da sociedade como um todo e hoje se cobra de apenas um segmento, do produtor rural. É justo que os indígenas tenham as terras que lhes pertenceram no passado. É, mas o proprietário está ali de boa fé, está a 50, 70 anos. […] Nós vamos continuar essa discussão”.
Moka também assegurou que se for eleito novamente para o Senado vai continuar a trabalhar pela aprovação do projeto que já apresentou e que altera a lei de execuções penais estabelecendo a obrigação do preso em ressarcir o estado, ou seja, ele terá de pagar pela despesa que custa sua detenção, que varia de R$ 1,5 mil a R$ 3,5 mil por mês.
“Tem muita gente que é presa e tem recurso próprio [respondendo a pergunta se o preso teria dinheiro para pagar]. Ele pode pagar. E hoje ele não paga, porque não existe nada que o obrigue a pagar. Existe um entendimento de que se ele está preso, já está pagando. O problema são custos disso, para o país inteiro chegam a R$ 20 bilhões. […]Ninguém é obrigado a pagar. Obrigar um preso a trabalhar é inconstitucional. Quem tem dinheiro pode pagar e quem está no presídio, desde que o presídio ofereça as condições de trabalho regulamentado, ele pagaria. E o bom disso é que você diminui a ociosidade. Tem gente que vai ficar 10, 15 anos. E tem outra coisa, o preso vai querer trabalhar, porque a cada três dias trabalhados ele diminui um dia de sua pena. Isso vai diminuir o custo penitenciário e até sobraria para investir na melhoria dos nossos presídios”.
Situação do partido
Questionado pelos jornalistas Átilla Eugênio Rocha e Bruna Mendes sobre se o seu partido, o MDB, teria fôlego para reelegê-lo no estado, diante de um quadro em que teve o presidente do seu diretório regional e ex-governador André Puccinelli, preso, pela suspeita do recebimento de propina em troca da concessão de incentivos fiscais, pelas denúncias envolvendo outros membros da legenda e ainda pela dificuldade de escolher um candidato ao governo, Moka disse que não.
“Eu quero dizer exatamente isso. Ao contrário do que as pessoas imaginam, quando nós vamos para o interior, eu e o Júnior Mochi [candidato ao governo do estado pelo MDB], somos muito bem recebidos. As pessoas querem realmente ver a disputa. Eu, por exemplo, são 36 anos de vida pública. Pega a ficha, hoje tem uma ferramenta no celular, que é um detector de políticos. Pega o meu nome lá. Não tem absolutamente nada. Não tem processo, não tem inquérito. […] A mim, particularmente incomodaria, se meu nome estivesse envolvido. O que é que adianta o candidato ser de um partido que não tem ninguém preso, mas ele tem muito coisa que ele está respondendo. […] Não incomoda [ter membros do partido respondendo a processos por corrupção]”.
Por G1 MS e TV Morena