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CHURRASCARIA

Nota pública

O ano de 2018 não completou a dois meses ainda e a liberdade de imprensa já sofreu episódios que ampliam a preocupação dessa gestão do Sindjor-MS e reforçam a necessidade de defesa, incansável, desse direito constitucional. Nossa atividade, já difícil pelas características naturais, está sob ameaça quando qualquer iniciativa coloca em xeque a liberdade de relatar fatos de interesse público.
As ameaças, infelizmente, ganham proporções maiores quando interesses econômicos e de poder sentem-se expostos ao escrutínio da opinião pública. O caminho para tentar calar o jornalista não é novo. Passa por dois extremos. O primeiro é o cala-boca econômico-financeiro, seja oficial por meio da publicidade institucional, seja aquele que faz trajetos obscuros. A linha editorial dos veículos locais é prova clara de que ambos tem surtido efeito, não sabe em qual medida entre um e outro, haja vista a falta de transparência dos investimentos públicos na imprensa. O fato é que pouco se questiona o poder público constituído nos veículos tradicionais.
Quando começam a surgir espaços alternativos de divulgação dos fatos e da cobertura da aplicação dos recursos públicos, o mesmo poderio econômico entra em jogo, nos últimos tempos com ações judiciais diversas, que impõem custos vultosos para a defesa do veículo-jornalista atacado. No ano passado, o “Blog do Nelio” sofreu esse tipo de tentativa de cerceamento ao trabalho, e o STF (Supremo Tribunal Federal) manifestou-se contrário à decisão em âmbito estadual que tirou o veículo do ar.
Este ano, é o blog “Jacaré”, que enfrenta de uma vez 16 ações judiciais. O veículo tem assessoramento jurídico, mas o Sindjor-MS não pode se calar diante da ameaça à liberdade de trabalho jornalístico. Reprovamos, veementemente, a tentativa de, judicialmente, impedir que um veículo siga com seu trabalho.
O outro extremo do ataque à liberdade de imprensa é a violência. Mato Grosso do Sul tem episódios cíclicos dessa monta, incluindo assassinatos com características de pistolagem. Na semana passada, “por engano”, a casa do responsável pelo site “Sidrolândia News” foi alvo de 29 disparos atribuídos a alguém que não gostou de uma matéria levada ao ar.

 

Entendemos como um fato triste, merecedor de investigação séria e punição na forma da lei. Violência nunca é aceitável e sempre deve ser combatida, por meio dos caminhos legais.

 

O Sindjor-Ms manifesta, aqui, seu apoio aos colegas e reitera: a liberdade de imprensa é sagrada e deve ser defendida como direto fundamental.  É através dela que o jornalista e os veículos conseguem cumprir sua função social de informar com o objetivo de contribuir para uma sociedade mais justa para todos.
Exageros nas coberturas, parcialidades, mentiras, devem ser combatidos, obviamente, mas nunca com censura. Há formas dentro da lei, inclusive usando o próprio judiciário, para fazer isso. Da parte do Sindjor-MS,  a Comissão de Ética está disposição para denúncias sobre desvios profissionais. Os canais estão disponíveis neste site.

 

Não compactuamos com “mau jornalismo”. Mas a forma de combatê-lo, caso seja identificado, nunca deve ser impedindo o trabalho, seja com violência econômica, seja com violência física.

 

Gestão Ocupa Sindjor-MS