Para recuperar o ‘tempo perdido’, alunos da rede estadual poderão ter aula até nas férias em MS
Recomposição da aprendizagem deve funcionar como um reforço para os estudantes
Pouco mais de um mês depois da volta às aulas na rede estadual, a avaliação da SED (Secretaria de Estado de Educação) sobre o ensino híbrido é positiva. Porém, não há como negar que muitos dos alunos não tiveram o desenvolvimento esperado depois de mais de um ano estudando em casa. Para recuperar o ‘tempo perdido’, os alunos da rede estadual poderão ter aulas até nas férias, se necessário.
A secretária estadual de educação, Maria Cecília Motta, explica sobre a ‘recomposição da aprendizagem’, que vai funcionar como se fosse um reforço. “Não falamos em reforço, mas sim em recomposição. Alguns alunos tiveram mais chance no aprendizado, por terem mais acesso a aparatos tecnológicos”, afirma.
Para ajudar os alunos a correr atrás do prejuízo, as escolas poderão fornecer aulas no tempo que estiver disponível, desde o contraturno, período noturno, finais de semana e até mesmo nas férias. “Usaremos os espaços da escola para agrupar estes alunos, agora não mais por sala, mas por dificuldades de aprendizagem”, reforça.
Para avaliar o nível de aprendizado nas escolas, todas as unidades da REE (Rede Estadual de Ensino) passam por um diagnóstico. O objetivo é medir como está o desenvolvimento dos estudantes.
Maria Cecília cita que a volta às aulas teve três pilares, para que tudo pudesse funcionar sem risco para os alunos e suas famílias. “Foram três ações priorizadas no retorno: a primeira é permitir que todo estudante possa voltar para a escola, queremos que eles voltem e fizemos busca ativa. A segunda foi o acolhimento socioemocional de alunos e professores, muitos perderam membros da família ou presenciaram agressões e violência em casa. A terceira é a avaliação diagnóstica, para avaliar em que ponto estão na aprendizagem”.
Apesar dos cuidados e do protocolo de biossegurança, nem todos os pais se sentiram seguros em deixar os filhos voltarem para a escola. Foi o caso de Fátima Costa, mãe de um adolescente de 16 anos. Com uma idosa em casa, ela não permitiu que o filho voltasse para a escola.
“Ainda não me sinto segura sobre o contágio da covid-19. Sobre o aprendizado, eu tenho dado suporte, mas sabemos que não é a mesma coisa. Tive muitas perdas na família, então optei por deixá-lo no remoto”.
Limite de alunos na sala de aula
Atualmente, a ocupação nas salas de aula nas escolas da rede estadual depende do Prosseguir. A taxa de ocupação das salas de aula deverá respeitar o mapa de risco de cada município: no caso de bandeira cinza, as salas de aula devem respeitar o limite de 30% de ocupação. No caso da bandeira vermelha, o limite é de 50% da ocupação. Para cidades com a bandeira laranja, o limite é de 70% para ocupação nas salas de aula. Na bandeira amarela é de 90% e na bandeira verde é liberado, ou seja, todos os alunos poderão comparecer às escolas, sem necessidade de alternância.
A secretária de Estado de Educação cita que a única dificuldade para o retorno das aulas é o embandeiramento, já que as cidades que pioram na classificação têm que voltar a limitar as salas de aula.
“Às vezes, quando os alunos entram no ritmo, a cidade volta pro vermelho. Esperamos que todos possamos alcançar a bandeira amarela logo”, diz. Para Maria Cecília, a limitação para ocupação de salas de aula pode mudar antes do fim do ano letivo, tudo vai depender dos indicativos da pandemia.
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