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Parceria com o TJMS inaugura oportunidade de trabalho para presos

Foi inaugurada na manhã da última sexta-feira (5) mais uma iniciativa de ressocialização do regime semiaberto de Campo Grande: a Central de Carrinhos do Centro Penal Agroindustrial Gameleira. No local, situado dentro das instalações do presídio, será feita a manutenção dos carrinhos de uma rede de supermercados e atacadistas da Capital, utilizando a mão de obra dos presos.

A Central de Carrinhos faz parte do projeto “Oportunidade” da empresa, uma parceria com o TJMS, por meio da 2ª Vara de Execução Penal (VEP) da Capital, da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen/MS) e do Conselho da Comunidade de Campo Grande. A iniciativa emprega mão de obra prisional além de investir na capacitação dos reeducandos.

De acordo com o juiz Albino Coimbra Neto, titular da 2ª Vara de Execução Penal, “a inauguração desta frente de trabalho com a rede de supermercados, agora dentro do estabelecimento penal, na verdade é uma extensão de uma parceria já de longo tempo que nós do Judiciário temos com este mesmo grupo no trabalho externo dos presos do regime semiaberto”.

Além disso, o magistrado destaca que, com esse trabalho efetivo dentro da unidade prisional, onde o detento também se qualifica, há ainda o ganho com a remição de pena, que não é apenas benéfica para o preso, mas também para os cofres públicos. Para se ter uma ideia, em 2020, por exemplo, somente essa unidade prisional de regime semiaberto completou mais de 170 mil dias remidos em função do trabalho. “Isto reduz custos, o tempo do preso na unidade prisional e faz com que o sistema prisional funcione de uma maneira racional e adequada”, completa o juiz.

O diretor-presidente da rede de supermercados, Luiz Humberto Pereira, comentou que a parceria com o Judiciário já existe há alguns anos com o projeto “Oportunidade”, que emprega os reeducandos nas lojas da rede, onde inicialmente faziam pequenos trabalhos de manutenção. “Na sequência vimos a oportunidade de profissionalizar estas pessoas, como açougueiro, padeiro, enfim, capacitá-los em uma profissão para que, após o cumprimento da pena, os reeducandos possam ingressar no mercado de trabalho. Nesta fase da parceria surgiu a ideia de trazer uma oficina de manutenção dentro do presídio, onde o nosso fornecedor de carrinhos treina os presos, junto com os funcionários da rede, para que os apenados possam executar os serviços e serem remunerados por isso”.

A solenidade de inauguração foi realizada no Centro Penal Agroindustrial da Gameleira e contou com a presença do juiz Albino Coimbra Neto, do diretor-presidente do Grupo Pereira, Luiz Humberto Pereira, do diretor do presídio da Gameleira, Adiel Rodrigues Barbosa, do desembargador do TRE/MS, João de Deus Gomes de Souza, do secretário-executivo do Conselho da Comunidade de Campo Grande, Nereu Rios, do presidente da Associação dos Magistrados de Mato Grosso do Sul (Amamsul), Giuliano Máximo Martins, além dos presos que foram contratados para iniciar os trabalhos e diversos representantes da rede de supermercados, entre outros.

Saiba mais – O Projeto “Oportunidade” do Grupo Pereira surgiu em 2014. Naquela época, foi firmada parceria para a contratação de detentos para trabalhar com manutenção na área de atacado da empresa. Aos poucos, no entanto, o projeto foi sendo ampliado e passou a contratar presos do semiaberto para as lojas varejistas e para funções no depósito e na reposição de mercadorias.

Este ano, após tratativas junto à Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen/MS), ao Conselho de Comunidade de Campo Grande e à 2ª Vara de Execução Penal, a rede decidiu pela criação da Central de Manutenção de Carrinhos no espaço físico da Gameleira.

O serviço será desenvolvido em um galpão de 600 metros quadrados da instituição, o qual foi reformado pelos próprios detentos. De início, cinco detentos foram contratados para essa nova função. A expectativa inicial é de que eles consertem 50 carrinhos no primeiro mês, período que funcionará como um teste de qualidade do serviço ainda em aprendizado. Posteriormente, a rede espera realizar a manutenção mensal de 100 carrinhos, tendo planos para aumentar esse número, bem como a quantidade de detentos contratados.

Antes da criação da Central, o conserto dos carrinhos de compras era feito por empresa terceirizada.

 

Autor da notícia: Secretaria de Comunicação – imprensa@tjms.jus.br