Faltando 16 dias para as eleições, nove candidatos renunciaram suas candidaturas, o destaque é o Pros, partido que perdeu três candidatos depois que a direção nacional do partido foi alterada, abraçou a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência e impediu que o coach Pablo Marçal se lançasse ao cargo de chefe do Executivo nacional.
A mudança de rumos na direção nacional do Pros criou um problema local no partido em Mato Grosso do Sul. De uma só vez, três candidatos a deputado federal desistiram: Jerusa Bolsonaro, Edson Fidelis e Débora Ibrahim, que também renunciou à presidência regional do partido.
Por causa da renúncia de Débora Ibrahim, o partido ficou sem direção, e outros 12 postulantes do partido tiveram suas candidaturas reprovadas pela Justiça Eleitoral.
Ainda sem uma direção local, não houve repasse do Fundo Eleitoral para nenhum dos candidatos do Pros que tentam se eleger. Alguns deles já ingressaram com recurso e tiveram suas candidaturas deferidas.
O outro caso de renúncia entre candidatos a deputado federal é do vereador da Capital Jamal Salém, considerado ficha-suja pelo Tribunal de Contas da União, por sua condenação coletiva na Corte de Contas, pelo período em que era secretário municipal de Saúde de Campo Grande, na gestão Gilmar Olarte.
Deputado Estadual
Entre os concorrentes a deputado estadual, Rosângela de Werk, a Professora Rosângela, que concorria pelo Patriota, partido da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, renunciou ao pleito. Assim como o colega de partido Jovani Batista da Silva.
Partido da candidata ao governo Rose Modesto, o União Brasil também apresentou duas renúncias, de Maisa Uemura e de Patrícia Maria dos Santos, conhecida como Patrícia da Saúde.
Clayton Siqueira, do Podemos, e Caburé, representante do Pros, também abriram mão da corrida eleitoral.
Indeferidos
Nove candidatos a deputado federal tiveram a candidatura indeferida, quatro deles indeferidos com recurso, ou seja, candidatura não regular e com pedido de registro julgado indeferido, no entanto, há recurso interposto contra essa decisão e aguarda julgamento por instância superior. Desses, três são do Pros.
Filiado ao partido Avante, um dos casos de candidatura impugnada é o de Sérgio Harfouche. O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) reconheceu a inelegibilidade do candidato em razão do não afastamento do promotor das atividades que desempenha junto à Procuradoria da Justiça dentro do prazo legal para a disputa do pleito deste ano, que acontece no dia 02 de outubro.
Harfouche afirmou ao Correio do Estado na semana passada que pediu a aposentadoria ao MP “há dois anos” e que “há um ano move uma ação” contra a instituição por conta da lentidão no processo.
Em 2020, o promotor tentou se eleger como prefeito de Campo Grande, mas teve a candidatura indeferida pelo mesmo motivo. Ele chegou a ir em alguns debates e se dizer candidato, porém não concorreu ao pleito daquele ano.
Thiago Assad, do PCO, que caiu pela ausência de requisito de registro, Dr. Erney Barbosa, impugnado pela Lei da Ficha Limpa, e Carlos Bernardo (MDB) tiveram as candidaturas indeferidas com recursos.
Aparecido Carlos Bernardo, conhecido como Karlos da UCP, diretor da Universidade Central do Paraguai, foi um dos que estava em julgamento e foi indeferido. O postulante é braço direito do MDB e fundamental na campanha de André Puccinelli.
O TRE-MS manteve a decisão da 52ª Zona Eleitoral de Ponta Porã, que aplicou multa de R$ 6.923,24 (seis mil novecentos e vinte e três reais e vinte e quatro centavos), considerando-o inelegível por oito anos. O motivo é a doação de R$ 90 mil feita em 2020 a um candidato a prefeito em cidade do interior de Goiás, em que o limite legal era de R$ 69.232,45.
Miltinho Viana, filiado ao Solidariedade, também, de acordo com o DivulgaCand, não apresentou todos os documentos necessários para se candidatar.
Estaduais
Entre os indeferidos com recursos estão os candidatos: Beto Araújo (Avante), José Carlos Pacheco, o Zé Carlos da Maçã (MDB), e Dri Silva, a Adriana Silva (Solidariedade), todos indeferidos com recurso por falta de documentação.
Em decisão proferida de forma unânime no TRE-MS, o vereador Tiago Vargas, candidato a deputado estadual pelo partido PSD, teve o registro de candidatura indeferido.
Por ter sido expulso do serviço público por, segundo a decisão, ter cometimento de falta grave, o polêmico candidato, que exercia a função de investigador da Polícia Civil, teve um processo administrativo contra ele aberto em decorrência de um suposto ato indisciplinar, quando durante um exame médico ele teria ofendido peritos e quebrado uma mesa a chutes.
O parlamentar vai recorrer e afirma que a candidatura continua firme.
Também do partido do candidato a governador Marquinhos Trad, o concorrente Jorge Ricardo Lauricio, conhecido como Dr. Jorge, teve a candidatura indeferida, porém, o motivo foi a ausência da apresentação de documentação.
Do partido do candidato ao governo, Adonis Marcos, o Psol, o TRE não deferiu o postulante Lucas Gabriel de Souza, conhecido como Luso. O Tribunal alegou falta de documentação.
Pelo mesmo motivo, o Rede teve dois candidatos indeferidos, sendo eles o Pr. Juliano Alexandre e Urias Rocha.
Outros postulantes que tiveram a candidatura indeferida por ausência de documentos foram: Cabo Silveira (Patriota), Camila Monteiro (PRTB) e Pr. Juliano Alexandre (Rede).
Da legenda de Renan Contar, conhecido como Capitão Contar, que concorre à vaga de governador pelo MS, teve três indeferições: Professor Cecílio Pinto, Camila monteiro e Sumaira Pereira, conhecida como Enfermeira Sumaira. Segundo o DivulgaCand, as duas candidatas também não apresentaram todos os documentos.
Cecílio Francisco das Neves Pinto (PRTB), Professor Cecílio Pinto, que também concorre na chapa do Contar, foi sentenciado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal – o episódio ocorrera no período em que Pinto era diretor da Escola Técnica de Brasília e também presidente da Caixa Escolar. “[O professor] desviou da conta bancária da entidade, em proveito próprio, o valor de R$ 66.010,00”.
O candidato recorreu e a cifra até foi reduzida, contudo, em 2014, o caso deu-se como encerrado pelo chamado trânsito em julgado.
“A suspensão dos direitos políticos transitou em julgado aos 14/07/2014, tem-se que a situação de inelegibilidade perdurará até o ano de 2027 – sendo a sua candidatura, portanto, natimorta”, diz trecho do recurso pela impugnação do MPE.
David Moura de Olindo, conhecido como Dr. David (advogado), candidato a deputado estadual pelo Solidariedade, surge também na lista do MPE. De acordo com a apelação, ele foi sentenciado por improbidade administrativa em virtude de suposta ilegalidade em um processo de licitação em Sidrolândia.
Outro candidato que caiu na Lei da Ficha Limpa foi o Adelson Neves Anselmo, conhecido por Sou Galã, do partido Agir.
SAIBA
Para governador, apenas a candidatura do Magno de Souza, do PCO, assim como a de seu vice, Carlos Martins, foi indeferida pelo TRE-MS.