A reunião na manhã desta sexta-feira (25) sobre os aumentos na cobrança da tarifa de energia elétrica acabou com o anúncio do pedido abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara Municipal de Campo Grande. Enquanto isso, a Energisa afirma que não vai suspender a cobrança e defende que os valores estão corretos.
Na audiência, a empresa reafirma que o aumento da temperatura como a causa do aumento da cobrança e diz que não foram encontrados erros na averiguação do consumo. “De todos os [casos] que averiguamos até o momento, estão todos corretos. Quem se sentir lesado deve procurar concessionária”, diz o representante da empresa, o coordenador comercial Jonas Ortiz. A empresa ainda afirma que não vai suspender as cobranças.
Quanto à possibilidade de suspender o parcelamento, opção proposta pelos vereadores da Câmara, Ortiz diz que o parcelamento foi uma oportunidade dada pela empresa. O coordenador ainda argumenta que cerca de 200 mil consumidores economizaram no mês de dezembro e reduziram o valor da conta.
Irritado com os argumentos da empresa e a negativa de cancelar a cobrança, o vereador Valdir Gomes (PP), criticou a ausência do presidente da Energisa e propôs que a comissão representativa da Câmara fizesse o pedido de CPI. “Estou indignado, a empresa acha que é soberana, não aceita nada. Pelo que você [Jonas] me colocou, parece que a população está errada, para vocês está tudo certo e bonito”, reclama.
Direitos do consumidor
A reunião na Câmara contou também com representantes do Procon (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor) Estadual, da Defensoria Pública, Ministério Público, do Concen (Conselho dos Consumidores de Energia da Área de Concessão da Energisa) e da Energisa. O superintendente do Procon, Marcelo Salomão, cita que houve um aumento de 50% em reclamações para a Energisa, entre os meses de novembro e dezembro.
Salomão ainda aponta um caso impressionante, em que a conta de um consumidor aumentou de R$ 600 para R$ 16 mil. O órgão de defesa do consumidor deve ir a Brasília para falar com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e averiguar se as informações da Energisa são confiáveis.
Já a Promotoria de Defesa do Consumidor afirma que cabe um contraponto aos argumentos da Energisa, já que durante o verão, o chuveiro elétrico é menos usado e muitos consumidores costumam viajar e passar quase o mês inteiro fora de casa. Luis Eduardo Lemos sugeriu que os moradores que se sentirem lesados reclamem diretamente à Aneel.
O Concen apontou que as reclamações dos consumidores acontecem desde outubro e que vai montar comissão para averiguar os medidores de energia.