Fora a gratificação natalina, os servidores receberão as folhas de pagamento de novembro e dezembro em um intervalo de pouco mais de 30 dias.
Somadas as três folhas de pagamento do Estado e da Capital, serão injetados cerca de R$ 1,86 bilhão na economia estadual.
No caso da gestão estadual, a estimativa foi realizada com base na folha de pagamento de outubro, quando foram desembolsados R$ 593 milhões para pagamento de 85 mil servidores ativos, aposentados e pensionistas.
Os recebíveis de novembro e dezembro somados à segunda parcela do 13º salário devem passar de R$ 1,3 bilhão.
Em julho, o Estado antecipou a primeira parte da gratificação natalina e pagou R$ 208 milhões aos funcionários.
Na época, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) garantiu que o servidor público de Mato Grosso do Sul receberia os três pagamentos em dezembro deste ano: salário referente ao mês de novembro, restante do 13º e remuneração referente ao mês de dezembro.
“O salário de dezembro eu já determinei à minha equipe que vou pagar no mês de dezembro de 2022. Servidores públicos de MS, podem ficar muito tranquilos que eu não vou entregar o governo como entregaram para mim em janeiro de 2015. Vocês vão estar servindo a Mato Grosso do Sul com salário todo em dia, os compromissos nossos todos em dia”, ressaltou o governador na época.
Conforme apurou o Correio do Estado, a expectativa é de que o governo anuncie ainda nesta semana as datas em que os pagamentos serão realizados. Geralmente, o salário é disponibilizado no dia 1º de cada mês na conta do servidor, no entanto, no mês passado, o Estado antecipou em alguns dias o depósito.
A Prefeitura de Campo Grande informou ao Correio do Estado que o 13º dos 27 mil servidores do Executivo municipal será pago “em parcela única até o dia 20 de dezembro”.
Segundo a gestão, a despesa é de cerca de R$ 155 milhões para o 13º salário, e a dos meses de novembro e dezembro fica em torno de R$ 180 milhões.
COMÉRCIO
Os pagamentos dos recursos geram expectativas positivas para o comércio. O mestre em Economia Eugênio Pavão afirma que o último trimestre como um todo representa otimismo para os setores da economia.
“Para o Natal deste ano, a expectativa é de aumento nas vendas, significando a demanda por mão de obra temporária e a contratação de grande número de funcionários. A expectativa do comércio é de crescimento das vendas em relação aos anos anteriores, com a recuperação da renda, alta do emprego formal e oferta maior para os consumidores”.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL-CG), Adelaido Vila, acredita que o pagamento em dia realizado pela prefeitura e o governo faz com que o varejo conte com esses recursos adicionais.
“Somando trabalhadores do município, do governo do Estado e federais em Campo Grande, são em torno de 130 mil trabalhadores recebendo essa folha tripla. O administrador público acaba antecipando também o pagamento, que seria na primeira semana de janeiro. Isso faz com que o varejo tome ares bastante significativos de prospecção de venda no momento em que o setor começa a fazer uma grande retomada”, diz.
“Então, essas folhas sendo pagas realmente trazem um alento, geram mais emprego e renda e movimentam a economia. Isso tudo é muito bom, tanto para os empregos diretos como indiretos”, conclui Vila.
CENÁRIO
Conforme publicado no Correio do Estado na edição de 11 de novembro, o pagamento do 13º salário do setor formal de trabalho trará um incremento de R$ 3.185.651.027 à economia de Mato Grosso do Sul neste ano.
A estimativa é realizada anualmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O valor considera os assalariados dos setores público e privado e ainda os aposentados e pensionistas. Os economistas ouvidos pelo Correio do Estado apontam que a gratificação natalina movimenta a economia com compras e pagamentos de contas e impostos.
O montante representa alta de 7,63% na comparação com 2021 – acréscimo de R$ 225.793.33,01.
Em relação à quantidade de pessoas que recebem o benefício, também houve crescimento: este ano, são 1.080.316 pessoas, o que representa um crescimento de 2,34% da participação de trabalhadores ou 24.714 pessoas.
De acordo com o doutor em Economia Michel Constantino, o número de pessoas a mais que recebem o benefício neste ano é reflexo da recuperação econômica de Mato Grosso do Sul e da ampliação do número de trabalhadores no mercado formal.
“O desemprego caiu de forma muito positiva, o mercado com carteira assinada se recuperou e agora teremos mais resultados positivos. A recuperação econômica se deu desde o início do ano em Mato Grosso do Sul, e o Brasil bateu recorde de abertura de empresas. O reflexo é mais emprego formal e mais dinheiro com o consumidor”, avalia.
“Esse período de fim de ano representa um cenário importante para a economia. Com o 13º, as bonificações e, consequentemente, o aumento do consumo, o mercado produz mais, contrata mais e há um clima positivo de melhoria do bem-estar”, finaliza Constantino.
Saiba: Pagamentos dos servidores animam o comércio da Capital – Partes envolvidas: Governo de Mato Grosso do Sul e Prefeitura de Campo Grande – Montante Cerca de R$ 1,6 bilhão
Folhas de pagamentos Serão realizados os pagamentos de três folhas salariais: o 13º salário e os referentes aos meses de novembro e dezembro. No estado – São 85 mil funcionários, entre ativos, inativos e pensionistas, que recebem em torno de R$ 590 milhões mensais.
Na capital – São 27 mil servidores municipais, que demandam R$ 180 milhões mensalmente da Prefeitura de Campo Grande. (Colaborou Rodrigo Almeida)