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Sob vaias e apitaço, Reinaldo deixa evento sem conseguir fazer discurso em Rio Brilhante

Não é só de bajulação que vive a excursão do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) pelo interior do Estado. Nesta quinta-feira (26), o tucano foi recebido com vaias de professores, durante visita a obras em Rio Brilhante. O protesto foi uma forma de demonstrar a insatisfação dos servidores com os cortes de investimentos na educação e nos salários de professores e policiais, que ficaram sem reajuste neste ano.

O chefe do Parque dos Poderes esteve na cidade, que completa 90 anos de fundação, para lançar obras e inaugurar a Central de Comercialização para Agricultura Familiar, também conhecida como Feira do Produtor, em que foram utilizados recursos de emendas parlamentares de Zeca do PT, quando ainda atuava na Câmara dos Deputados, e do deputado federal Vander Loubet (PT).

Sob forte buzinaço, apitaço, vaias e gritos, Azambuja acabou indo embora sem discursar na solenidade de inauguração. Os professores reivindicam melhorias na educação, realização de concurso público, convocação de professores e administrativos, igualdade na remuneração para concursados e convocados.

Confira o governador deixando o evento sob vaias

Atualização às 19h15: De acordo com a assessoria do Governo do Estado, o governador Reinaldo Azambuja discursou por 8 minutos e foi aplaudido pelos ouvintes.

No entanto, fontes de O Jacaré informaram que as declarações não duraram mais de um minuto, por causa do barulho dos manifestantes.

No release oficial do evento, não há citações de falas do chefe do Executivo.

Em julho deste ano, a Assembleia Legislativa aprovou um projeto de lei complementar que reduz em 30% os salários dos professores convocados. O projeto foi aprovado com 14 votos a sete, um voto a mais do que o necessário, e logo em seguida sancionado por Reinaldo.

As medidas impopulares não constavam das promessas de campanha do tucano (veja aqui), reeleito no segundo turno em 2018. Em outubro do ano passado, Reinaldo não só prometeu valorizar os docentes, como comprou briga com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), de que pagava o maior salário do magistério no Brasil. O maior valor é pago pelo governo maranhense.

No entanto, empossado para o segundo mandato, o tucano só autorizou o reajuste de 16,37% no próprio vencimento e dos secretários estaduais. Além de não cumprir a lei para elevar o salário dos professores em 4,17%, o Governo congelou os vencimentos dos servidores públicos.

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Enquanto isso, os servidores amargam derrotas na Justiça. O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, negou liminar para suspender a redução dos salários de 9 mil professores temporários da rede estadual de Mato Grosso do Sul.

Com salário de R$ 39,3 mil por mês, Toffoli não considerou urgente o problema causado pela Lei Complementar 266/2019, que reduziu em 32,5% o vencimento dos convocados. O valor pago ao docente com nível superior caiu de R$ 6.079 para R$ 4,1 mil.

Geralmente, apesar do impacto na vida diária dos professores, que vão perder um terço dos rendimentos, o processo pode levar anos para ser julgado pela corte máxima do Poder Judiciário.

Um exemplo é a ação contra a Reforma da Previdência de Reinaldo, aprovada no final de 2017, que ainda não teve desfecho no STF.

 

fonte OJACARE.COM.BR